quinta-feira, agosto 31, 2006

Uma Direita Popular E Moderna

Sempre houve e haverá várias esquerdas e várias direitas. Mas no caso português, existe um momento histórico particularmente relevante na definição da concorrência ideológica e partidária. E esse momento foi aquele em que o MFA passou os alvarás aos partidos no Pacto MFA-Partidos, assinado em 11 de Abril de 1975. Nesse dia a tropa revolucionária disse quem podia e quem não podia fazer política depois de Abril e, consequentemente, quem podia e quem não podia entrar no mercado partidário. Pior, os que receberam a bênção dos quartéis tiveram de se conformar com limites ideológicos socializantes e esquerdizantes, que conduziram o CDS a defender no seu projecto de Constituição em 1975 a construção do socialismo português! Era esta a condição para entrar no clube. E assim chegámos ao século XXI.

Este poder ainda hoje se projecta na sociedade portuguesa, trinta e dois anos depois. Este condicionamento provocou um sistema político coxo. Tudo se tem passado como se o país fosse uma pessoa com uma dúzia de pernas esquerdas de vários matizes e feitios, e uma muleta para se amparar na ausência de contrapeso a tanta perna de um só lado. O CDS fez de direita e o PSD fez de direita do ponto de vista geométrico, não infelizmente do ponto de vista ideológico. Eles têm sido a direita permitida, consentida e autorizada pelos vizires do sultão revolucionário. E dirá o leitor: o que temos nós a ver com isso? Respondo: temos muito.

E temos muito porque neste momento estamos no fim de um tempo e no início de outro. Vivemos um sistema político, económico e social que tem os dias contados. Por muitas discordâncias que tenhamos uns com os outros sobre o que fazer, todos percebemos que está a chegar ao fim uma era cujo projecto essencial era trabalhar cada vez menos, ganhar cada vez mais e exigir quase tudo do Estado. Pelo caminho foram insidiosamente moldadas as direitas convenientes e bem comportadas: as autorizadas. São pessoas, certamente bem intencionadas e cheias de fé que fazem discursos contra a esquerda mas que são alimentadas pela esquerda e por isso, no limite, inofensivas. Sabe-se que na hora H, estarão do lado certo da barricada.

Ora, aqui bate o ponto do futuro: é preciso uma direita moderna, popular e sem complexos de esquerda. Que ponha a política e o Estado ao serviço do Homem e não o Homem ao serviço das mitomanias falidas do Estado social. Que reconheça a Nação como identidade e porta aberta ao Mundo e não como um quarto de dormir cheio de naftalina. Que perceba que o Estado a mais estraga, não resolve. E que o Homem não é naturalmente bom, como cegamente acreditam as esquerdas, nem naturalmente mau, como cegamente crê a velha direita dos salões lisboetas do reviralho alimentado, todavia, pelos orçamentos públicos. Esta é a descrição da situação tal qual a vejo. A resposta que creio necessária, encontrá-la-á o leitor neste espaço de hoje a oito dias.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

quarta-feira, agosto 30, 2006

Publicidade Assumida


Na loja de mestre Alberto Gomes, a Confeitaria Peixinho, em Aveiro, comem-se os melhores ovos moles de Aveiro.

terça-feira, agosto 29, 2006

Novas Vocações

A EMA, uma empresa municipal de Aveiro cravejadinha de dívidas, optou por uma engenhosa solução para angariar receitas. Decidiu promover espectáculos de strip tease no Estádio que gere e onde joga o Beira-Mar. Cada cavadela, sua minhoca...

domingo, agosto 27, 2006

sexta-feira, agosto 25, 2006

Amanhã


Realiza-se o primeiro comício da NovaDemocracia em Vila Praia de Âncora. Como não podia deixar de ser, Aveiro estrá presente com uma enorme caravana automóvel. Sobre a rentrée no distrito de Aveiro, em breve haverá notícias...

sábado, agosto 19, 2006

Inspiração Para Portugal Sair Da Crise

Da Lusa:
"A aldeia de Urgueira, concelho de Águeda, revive no domingo uma romaria secular cujo ponto alto é a proeza de um homem entrar num forno a 300 graus com uma broa de 70 quilos e sair vivo. Manuel Almeida Farias, da associação etnográfica Os Serranos, disse à Agência Lusa que a Romaria do Milagre d'Urgueira foi recuperada em 1996, depois de mais de cem anos no esquecimento, e desde então leva todos os anos "quatro a cinco mil pessoas" a uma aldeia com apenas doze habitantes.

Sem música "pimba", colunas de som ou palcos, a romaria gira à volta da encenação do "milagre da Urgueira", actuações contínuas de sete grupos folclóricos e gastronomia local. Segundo explicou Almeida Farias, a romaria secular tem origem nas promessas feitas pela família Duarte Reis, que emigrou para o Brasil, pagas com a construção no fim do século XIX de um forno comunitário e da ermida de Nossa Senhora da Guia, na aldeia de Urgueira, concelho de Águeda. Segundo a lenda, num acto "espontâneo e temerário", um homem entrou no forno, onde ardia lenha há vários dias, para depositar uma broa de milho, e saiu vivo. O acto acabou por se fixar como "milagre da Urgueira" na consciência popular e passou a atrair muita gente de outras aldeias à Urgueira no terceiro domingo de Agosto, curiosas para ver o homem entrar no forno e sair vivo.

Em 1904, o cepticismo de alguns em relação ao acto "milagroso" acabou por provocar confrontos que levaram à intervenção da guarda real e à proibição da romaria. Durante mais de cem anos, o "milagre" subsistiu no folclore local e acabou por ser recuperado em 1996 pela associação etnográfica. Desde então, todos os anos um homem entra no forno, que já arde há três dias, protegido do calor apenas com um fato tradicional serrano, de borel, como se fosse passar uma noite ao relento.

"O que guarda do frio guarda do calor", pelo menos na tradição serrana, disse Almeida Farias. Os eleitos para entrar no forno têm sido escolhidos entre os membros da associação e o gesto é visto como "uma prova de coragem, talento e autodomínio" e apesar do risco, voluntários não têm faltado, assegurou. Depois da broa colocada no forno, espera-se "cerca de uma hora e meia" até cozer e o enorme pão é então repartido por toda a gente. Os pedaços de broa cozida no forno da Urgueira são uma espécie de amuleto de boa sorte e aguentam anos sem criar bolor. Apesar da aura "milagreira" da romaria, a resistência do pão aos fungos tem uma explicação natural: "com um forno tão quente, qualquer vestígio de humidade desaparece e o bolor não entra".

A romaria procura recriar um ambiente semelhante ao que se encontraria no final do século XIX, "abolindo palcos e aparelhagens sonoras", com os grupos folclóricos a repartirem-se por três eiras, entre os romeiros, que muitas vezes se juntam às danças e cantares. Também para "resistir à massificação", as "comidas rápidas" ou de roulote não entram na festa, alimentada e regada com produtos tradicionais. Manuel Almeida Farias afirmou que a recuperação da romaria "contribuiu para a inversão da desertificação" da zona, e fez com que "as autarquias começassem a olhar para esta aldeia de outra forma", construindo melhores acessos.

Embora a Urgueira tenha apenas 12 habitantes permanentes, desde 1996, "cerca de vinte casas" que estavam abandonadas foram recuperadas e são utilizadas como segunda habitação. Desde as oito da manhã de Domingo, as broas para venda começam a entrar e a sair do forno até à "proeza" que inspira a romaria se repetir, às 11:30, seguida de missa campal enquanto a broa coze. Durante a tarde come-se, bebe-se, dança-se e coze-se broa até à despedida serrana, com todos os grupos juntos, pelas 17:30."

segunda-feira, agosto 14, 2006

Chamas


O distrito de Aveiro é que mais preocupa os bombeiros neste momento. Muito por culpa do pavoroso incêndio que eclodiu em Cedrim do Vouga e alastrou do concelho de Sever do Vouga a concelhos contíguos. António Costa já reconheceu o falhanço da sua política de prevenção. Falta reconhecer o falhanço da sua política de combate. E, depois, falta mudar a política. Foi um ano perdido! Aproveito para enviar uma palavra amiga de solidariedade a Edgar Jorge, o Presidente da Junta de Cedrim do Vouga, que depois do caso dos frangos, se vê agora a braços com um panorama devastador na sua freguesia.

domingo, agosto 13, 2006

Apenas Mário


Tenho todas as razões para não gostar de Jardel. Ele é um dois grandes responsáveis por quatro ou cinco campeonatos que o Benfica não ganhou. Por culpa própria, o homem desprezou-se a si próprio e desceu aos infernos. Nada de novo. Há exemplos a rodos e até piores. Jaburu morreu sózinho e ignorado, Mané Garrincha acabou a pedinte nas ruas, Vítor Baptista, por cá, foi o que se sabe de droga, crime, prisão e morte. Ontem fui ver a apresentação do Beira-Mar, que decidiu dar a mão ao homem e correu o risco (relativo) de contratar o jogador. É uma oportunidade única para o homem. Do jogador, o que vier é ganho. E vi o esforço da recuperação. Mário está a empenhar-se em voltar a ser um atleta eficaz, como já foi, mas o que é importante é aproveitar a oportunidade para ter uma vida digna.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Amanhã


(Com a devida vénia ao Portal do Beira-Mar)

quarta-feira, agosto 09, 2006

Mais Um Crime Na Praia De Esmoriz

Do Público, edição de hoje:
"O mar estava calmo, mas a mancha negra e o mau cheiro não deixaram margens para dúvidas. A barrinha de Esmoriz, Ovar, encontrou-se novamente com o Atlântico, sem qualquer explicação. Houve mais descargas. E a praia acabou ontem por ser interdita a banhos. As bandeiras amarelas e verdes mudaram para vermelho. Em algumas zonas, foram colocadas cordas para impedir que os banhistas molhassem os pés. A bandeira azul da praia poderá estar por um fio, quando, há três anos, cenário idêntico conduziu ao arrear do símbolo de qualidade balnear."
Continuam os crimes ambientais impunes. O que vai fazer o Governo?

terça-feira, agosto 08, 2006

Aveiro Antigo (11)


Aspecto das pontes no centro de Aveiro. A primeira, com grades de ferro, era conhecida por Ponte dos Arcos. A outra, a seguir, era a Ponte das Almas.

Histórias De Aveiro (11)

08 de Agosto de 1864: começou nesta data a construção da estrada de Eixo até à ponte da Rata, em Eirol; os trabalhos terminaram em 17 de Outubro de 1866 (Revista de Obras Públicas e Minas, tomo IV, n.º 45, Setembro de 1873; Arquivo, XXVI, pg. 246, n.º 1) – J.

Histórias de Aveiro (10)

08 de Agosto de 1843: D. Frei António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva, bispo eleito e vigário capitular de Aveiro, nesta ocasião governando legalmente a Diocese, separou os lugares meeiros de Eixo e Requeixo, ficando os de São Bento e de Cavadinha para a primeira freguesia e o da Póvoa do Valado para a segunda (Cartório Paroquial de Eixo, Livro do Tombo, fls. 51v-53v) – J.

Histórias de Aveiro (9)

08 de Agosto de 1603: na Junta que o padre geral da Congregação de S. Bento de Portugal fez no Mosteiro de Tibães, foi apresentada uma provisão de El-Rei em que era concedida licença para a edificação de um mosteiro em Aveiro; contudo, surgindo dúvidas sobre o sítio – «vinhas e casas», já compradas – por ser muito próximo da antiga igreja da Vera-Cruz, resolveu-se dilatar a decisão e, em 3 de Maio de 1605, indeferiu-se a pretensão dos aveirenses (Livro dos Capítulos Gerais da Congregação de S. Bento de Portugal, pgs. 221 e 224v; Arquivo, II, pgs. 224-225) – J.

No Portugal Profundo

Viagem pela linha do Vouga, no Arestália.

domingo, agosto 06, 2006

PND De Espinho Quer Requalificação Da Linha Do Norte

No Jornal de Espinho, por Irina Melo
Os militantes espinhenses do Partido Nova Democracia (PND) aproveitaram a visita do seu líder partidário, Manuel Monteiro, ao concelho para defender, publicamente, o prolongamento do túnel ferroviário a sul. Os representantes locais do partido consideram que este equipamento não pode fomentar a exclusão social, mas deve promover o desenvolvimento sustentável.

Manuel Monteiro, presidente do Partido da Nova Democracia (PND), visitou Espinho no passado sábado, no âmbito de uma acção política de sensibilização da população para a existência da nova força partidária e captação de eleitores que permitam a concretização do objectivo delineado para as legislativas de 2009: a eleição de deputados à Assembleia da República. O líder do PND esteve com a imprensa e percorreu, de seguida, a calçada junto à praia, cumprimentan­do quem passava.

Apesar dos parcos resultados que o PND conseguiu no concelho nas legislativas de 2004 (nas autárquicas não foi apresentada lista própria), Manuel Monteiro afirma encarar todos os concelhos do distrito de Aveiro como muito importantes para o PND: “Em Aveiro, há muito eleitorado do CDS e PSD que está desiludido, até porque apesar dos cabeças-de-lista sonantes que os partidos apresentam o distrito tem vindo a perder influencia junto do poder central, como já reconheceu Afonso Candal (do PS)”.

PND De Espinho Defende Prolongamento Do Túnel Ferroviário

No Jornal de Espinho, por Irina Melo
A passagem de Manuel Monteiro por Espinho foi aproveitada por elementos concelhios do PND para a apresentação das suas principais preocupações quanto a assuntos locais. Considerando que o rebaixamento da linha-férrea é uma “obra positiva para Espinho”, Elpídio de Sousa, coordenador concelhio do PND, afirmou ser urgente uma negociação da Câmara com a REFER para que o túnel ferroviário seja estendido a sul.

“Na nossa opinião, Espinho só pode crescer para sul e esperamos que a Câmara esteja disposta a rever o projecto para prologar o enterramento da linha em toda a superfície urbana da cidade. Não se pode pensar apenas nos equipamentos, é preciso verificar se esses equipamentos permitem a mobilidade das classes sociais, trazendo desenvolvimento sustentável ao concelho”, disse Elpídio de Sousa, referindo-se ao bairro da marinha que coincide com a zona em que a linha vem a superfície.

Quanto à possibilidade de a Refer cancelar a obra, caso a Câmara exija o prolongamento do túnel, o coordenador concelhio da Nova Democracia afirmou que essa questão já deveria ter sido colocada antecipadamente, por exemplo através da canalização das receitas do jogo para aquela infra-estrutura. “José Mota chegou a dizer-me, pessoalmente, que tinha passado noites infinitas sem dormir e gasto muito dinheiro em telefone e deslocações a Lisboa para pressionar o governo e a Refer para a concretização do projecto. O importante agora é fazer o mesmo esforço para o prolongamento do enterramento”, acrescentou.

Monteiro Defende Importância Da Linha Do Norte

No Jornal de Espinho, por Irina Melo
Apesar de não conhecer a fundo a questão do rebaixamento da linha-férrea, Manuel Monteiro afirmou apoiar os militantes do PND espinhenses nesta luta. O presidente do PND aproveitou a ocasião para reafirmar a importância da requalificação da Linha do Norte no desenvolvimento de Portugal. “Até aqui houve uma lógica errada de investimento nas estradas em desfavor da ferrovia, e a melhoria desta e dos portos de mar são dos principais indicadores de desenvolvimento de um país”.

Quanto a questões nacionais, o líder do PND abordou as recentes notícias que dão conta da venda de material militar adquirido, nos últimos anos, em nome da modernização das Forças Armadas e do não cumprimento de contratos firmados com os vendedores desse mesmo equipamento para a compra de produtos a empresas portuguesas, caso denunciado pelo empresário e ex-deputado socialista Henrique Neto.

Numa tentativa de ver esclarecida esta polémica, o PND vai enviar uma carta ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, pedindo a constituição de uma comissão de inquérito.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Agenda

1. O 1º Comício da Nova Democracia terá lugar a 26 de Agosto, pelas 21h, em Vila Praia de Âncora. 2. A rentrée da Nova Democrcacia de Aveiro ainda é segredo. 3. A 4 e 5 de Novembro, em Lisboa, realiza-se o III Congresso.