Ocorre hoje o centenário do regicídio. A data despertou paixões latentes e escondidas no dia-a-dia e suscitou um debate sobre D. Carlos e a monarquia. De repente, passou a ser moda, nalguns círculos com pouca memória e pouca informação histórica, elogiar D. Carlos e a monarquia. A propósito do centenário do regicídio e do centenário da República, tem recrudescido o debate sobre o virtuoso rei assassinado à queima-roupa no Terreiro do Paço e, de passagem, sobre a bandalheira em que o Partido Republicano transformou a Pátria.
A experiência da I República ajuda à festa da celebração monárquica. Sabe-se que até à chegada de Oliveira Salazar, o país afundou-se em lutas, gastos, desordens e escaramuças de rua sortidas, depois do derrube da Monarquia. Em continuidade, aliás, com o que já sucedia antes.
Mas além do centenário do regicídio, sobrevem um outro: o da própria República, que ocorre em 2010. O regime, sem perceber os tempos, decidiu comemorá-la da pior forma. Decorou o Diário da República com uma comissão, mais outra de honra, um conselho científico, uma sub-comissão, tudo certamente bem regado de actas, instalações, senhas de presença e ajudas de custo. Lamentável. Mais parece uma comemoração monárquica da República.
Eu sou convictamente republicano. Mas não tenho da República a noção das romarias aos cemitérios e das charangas de brigadas do reumático. Julgo até que a questão do regime não é actualmente uma polémica. Mas sempre me declarei favorável ao tira-teimas por que tantos monárquicos anseiam: um referendo sobre a forma republicana de Governo. Quando o pude fazer, propus essa alteração constitucional, sem sucesso. Por mim, faça-se já e arrume-se com a questão, embora, sinceramente, me pareça que os próprios monárquicos decidiram, pelo menos por uns tempos, congelar a ideia.
O ponto importante neste momento é este: republicanos ou monárquicos, importa saber quem concorda e quem discorda com o homícidio como forma de luta política. Em 25 de Abril de 1974 não foi preciso matar ninguém. Para derrubar a monarquia também não era preciso. É por isso que o regicídio deve incomodar qualquer cidadão de bem, independentemente da sua convicção de regime.
Um ministro da República, esta semana, por pressão do inenarrável Bloco de Esquerda, que desde o referendo do aborto anda à procura de causas, proibiu a banda do Exército de participar numa comemoração do regicídio. Julgo que daqui a cem anos ninguém se lembrará desse ministro. Mas continuar-se-á a lembrar o regicídio. Por culpa de alguns republicanos facínoras.
A experiência da I República ajuda à festa da celebração monárquica. Sabe-se que até à chegada de Oliveira Salazar, o país afundou-se em lutas, gastos, desordens e escaramuças de rua sortidas, depois do derrube da Monarquia. Em continuidade, aliás, com o que já sucedia antes.
Mas além do centenário do regicídio, sobrevem um outro: o da própria República, que ocorre em 2010. O regime, sem perceber os tempos, decidiu comemorá-la da pior forma. Decorou o Diário da República com uma comissão, mais outra de honra, um conselho científico, uma sub-comissão, tudo certamente bem regado de actas, instalações, senhas de presença e ajudas de custo. Lamentável. Mais parece uma comemoração monárquica da República.
Eu sou convictamente republicano. Mas não tenho da República a noção das romarias aos cemitérios e das charangas de brigadas do reumático. Julgo até que a questão do regime não é actualmente uma polémica. Mas sempre me declarei favorável ao tira-teimas por que tantos monárquicos anseiam: um referendo sobre a forma republicana de Governo. Quando o pude fazer, propus essa alteração constitucional, sem sucesso. Por mim, faça-se já e arrume-se com a questão, embora, sinceramente, me pareça que os próprios monárquicos decidiram, pelo menos por uns tempos, congelar a ideia.
O ponto importante neste momento é este: republicanos ou monárquicos, importa saber quem concorda e quem discorda com o homícidio como forma de luta política. Em 25 de Abril de 1974 não foi preciso matar ninguém. Para derrubar a monarquia também não era preciso. É por isso que o regicídio deve incomodar qualquer cidadão de bem, independentemente da sua convicção de regime.
Um ministro da República, esta semana, por pressão do inenarrável Bloco de Esquerda, que desde o referendo do aborto anda à procura de causas, proibiu a banda do Exército de participar numa comemoração do regicídio. Julgo que daqui a cem anos ninguém se lembrará desse ministro. Mas continuar-se-á a lembrar o regicídio. Por culpa de alguns republicanos facínoras.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
1 comentário:
A prova de que foi necessário matar o Rei é que pouco tempo depois nasceu a República.
25 de Abril só existe um.
Tenho a certeza que uma guerra civil mataria mais inocentes. Assim resolveu-se o assunto da monarquia.
Enviar um comentário