sexta-feira, dezembro 26, 2008

GREVES ENTRE AVEIRO E LISBOA

É dos livros que em momentos de crise aumenta a conflitualidade laboral. Exercendo o direito à greve previsto na Constituição e nas leis, os trabalhadores, sobretudo os sindicalizados reivindicam, protestam, exigem. E como a lei diz que compete aos trabalhadores definir o âmbito das greves é livre a escolha da razão das greves.
Mas há uma espécie de greves que me repugnam especialmente: aquelas greves que são feitas em momentos especialmente penalizadores para o comum dos cidadãos, ou que são anunciadas para momentos especialmente penalizadores para os cidadãos. É o caso das greves marcadas, por exemplo, para o período do Natal. A maior parte da vezes elas são anunciadas para essa altura para que, os decisores, pressionados por essa circunstância, cedam mais facilmente às pretensões dos reivindicantes.
Temos dois casos recentes desta chantagem sindical. A greve da TAP, que acabou por ser desmarcada e que Fernando Pinto apelidou e bem de “terrorismo sindical”, visto que estava marcada mesmo para o dia de Natal, com as gravosas consequências para milhares de passageiros que são facilmente imagináveis e a greve dos trabalhadores da limpeza urbana da Câmara Municipal de Lisboa, em processo em tudo idêntico ao da greve da TAP.
A greve do lixo, como lhe chamam na gíria os lisboetas, tem uma razão muito estranha: é contra a eventual privatização desses serviços municipais. O sindicato não sabe nem trata de saber se os lisboetas terão melhores serviços de limpeza com a privatização, mais eficientes, mais económicos, de maior qualidade. Nem querem saber.
Entretanto, em Aveiro, os trabalhadores da MoveAveiro, a empresa municipal de transportes, encaram a possibilidade de encetar formas de luta contra o anúncio do processo de privatização da empresa, defendida pela Câmara de Aveiro.
Greves, manifestações e concentrações (e já agora abaixo-assinados, sugiro eu, essa novíssima forma de luta sindical redescoberta pelos sindicatos dos professores) junto à Câmara de Aveiro, são as formas de luta que os trabalhadores da MoveAveiro prometem realizar em breve, se uma reunião urgente que foi pedida ao presidente da empresa, o vereador Pedro Ferreira, não desfizer dúvidas sobre o processo de privatização da empresa.
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local fez mesmo um comunicado para que não restassem dúvidas, condenando o anúncio do processo privatizador da empresa.
Ora estes dois casos mostram bem a subversão do sindicalismo. Privatizar empresas ou nacionalizá-las são decisões políticas a julgar pelos eleitores quando votam. Não são matéria do foro sindical. No fundo, ao pronunciarem-se sistematicamente contra a propriedade privada o que os sindicatos estão a dizer é que não aceitam a possibilidade de deixar de ter o emprego garantido para os seus filiados até à morte. São contra a concorrência, são contra o mérito, são contra o mérito como critério de gestão, são pelo imobilismo, são pelo estatismo. Tudo o que a história já demonstrou que conduz à miséria e à regressão social, ao contrário do que julgam esses militantes sindicais.
Estas posições meramente ideológicas dos sindicatos não se fundam, de resto em dados, em elementos de análise, em argumentos que demonstrem que a comunidade tem a perder com a privatização. Não passam disso mesmo, de um mero preconceito ideológico. Os clientes desses serviços serão melhor ou pior servidos com a privatização? Não sabem, nem sequer lhes interessa. Tudo o que ponha em causa o marasmo e o status quo eles rejeitarão sempre.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

terça-feira, dezembro 23, 2008

BOAS FESTAS




A todos os seus leitores o Aveiro deseja um Santo Natal.

(Foto)

segunda-feira, dezembro 22, 2008

MUDANÇAS

A Assembleia Estatutária da Universidade de Aveiro aprovou hoje, por unanimidade, a transformação desta instituição de ensino superior em fundação pública com regime de direito privado, revelou à Lusa fonte universitária.

sábado, dezembro 20, 2008

EXODOS

Sever do Vouga volta a perder mais eleitores e, consequentemente, autarcas a eleger. Cá está bem à vista a realidade dos dois distritos, qual miniatura de Portugal: o litoral concentrador e o interior desertificado. A todos os níveis se percebe e vê uma realidade que vai deprimindo a massa crítica e os indicadores de qualidade de vida.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

A MENTIRA SOBRE A CRISE


Desde que a crise financeira e por arrasto a crise económica começaram a atazanar cidadãos e Governos, que se ouve uma mentirola que não tem tido adequada contestação nem contra-argumentação. A mentirola é de que esta crise é da responsabilidade do Estado-mínimo que muitos têm defendido nos últimos anos como forma de potenciar a dinâmica da economia, de dar mais liberdade aos cidadãos e de permitir uma vida melhor a mais pessoas.

Ainda no debate mensal desta semana o Primeiro-ministro recorreu à sua estafada cassete sobre a crise, desta vez sem o triste número de atacar a bolsa como fez no comício de Guimarães do PS há uns meses. Lá veio no meio da cassete a ideia de que morreu a ideia do Estado-mínimo, a par da outra cassete preferida de José Sócrates sobre “só podemos gastar agora mais 0,8% do PIB porque metemos as contas públicas em ordem”.

É preciso lata. Chamar Estado-mínimo ao Estado pré-crise é a mesma coisa que chamar Torre Eiffel bebé à Torre de Pisa. Qual Estado-mínimo qual quê quando temos presente os níveis de despesa pública que esse Estado utilizava…, qual Estado-mínimo qual quê, quando estamos perante os níveis de interferência na esfera da vida privada dos cidadãos a que o Estado actualmente se permite perante a indiferença geral?... Dá de facto vontade de rir e só se percebe a insistência das esquerdas neste argumento por meras e mesquinhas razões ideológicas.

Penso e digo, justamente o contrário. É precisamente por o Estado ter engordado e tornado pau para toda a obra que tudo quer gastar para tudo fazer e tudo controlar que descurou as suas funções essenciais. Uma dessas funções é a de fiscalizar o adequado funcionamento dos mercados e da concorrência, coisa que o Estado anafado deixou de fazer, concentrado que passou a estar em fazer o que não devia.

É que o funcionamento das instituições financeiras passou a ser negligenciado pelas tais autoridades de regulação, que se aburguesaram, se refastelaram nos seus sofás e passaram a regular do seguinte modo: “Então está em ordem?” E a instituição, entre um chá e uns biscoitos respondia: “Está sim. Como pode verificar aqui pelos balancetes.” Nada de investigar onde estavam aplicados os fundos ou a proveniência dos mesmos. Não. Regulava-se pelo método da pergunta e resposta. Exactamente como sucedeu com o último escândalo norte-americano que se vai repercutir nas economias europeias da D. Branca Madoff.

Ora bem, aqui chegados os socialistas de serviço decidiram aproveitar a mentirola como boleia para tentar regressar ao passado socialista dos bancos públicos, da despesa pública, dos avales públicos, das obras públicas como motor da economia e das sociedades. Evidentemente que ao cidadão indefeso e preocupado este regresso do Estado soa bem, soa a conforto e segurança e pouco importa se é verdade ou não que a ideia do Estado-mínimo que nunca houve nas últimas décadas está ou não comprometida.

O que eu sei é que o regresso do Estado socialista vai sair muito mais caro a todos, em impostos e encargos sobre o futuro. Mas nesse futuro, quando ele chegar, já cá não estarão os iluminados socialistas que nos governam para responder pelo erro e para pagar a factura.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

quarta-feira, dezembro 17, 2008

MUSEU DE AVEIRO

Novecentos dias depois o Museude Aveiro abre amanhã. Boa notícia.

segunda-feira, dezembro 15, 2008

PARABÉNS!


A Universidade de Aveiro comemora hoje o seu 35º aniversário, numa altura em que se perspectiva um novo rumo para a instituição com a eventual transformação em fundação pública de direito privado. A instituição foi criada em 1973 pelo então ministro da Educação, Veiga Simão. O aniversário será hoje assinalado com uma sessão comemorativa em que estará presente o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, e em que deverá ser abordado o futuro da universidade.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

RARIDADES

O Distrito de Aveiro possui moinhos de todo o tipo e mesmo alguns que são verdadeiras raridades tecnológicas, que estavam por registar e documentar, disse o historiador Armando Carvalho Ferreira. Autor do livro Moinhos do Distrito de Aveiro, que vai ser lançado sábado na Universidade de Aveiro, Carvalho Ferreira percorreu durante dois anos todos os concelhos do Distrito, do litoral ao interior, «descobrindo» raridades mundiais como atafonas e peças únicas de concepção local.Segundo o historiador, ao contrário de outras zonas do país que se caracterizam por um determinado tipo de moinho, como a zona Oeste com os moinhos de vento, o distrito de Aveiro reúne moinhos das várias tipologias.«Há registos da utilização dos moinhos de água e de vento, pelo menos desde o séc. XII» refere o historiador, que destaca entre o património molinológico de Aveiro as atafonas, (moinhos de tracção animal), um sistema de moagem raro, mesmo a nível mundial.«No que respeita às mós manuais foi possível encontrar peças únicas, que não estavam documentadas em nenhuma bibliografia, que são de concepção local», salienta Carvalho Ferreira, que agora as vais documentar em livro.Outra tipologia que descreve no seu trabalho refere-se aos moinhos de armação, que são moinhos de vento com velas metálicas, semelhantes aos de bombear água, um dos quais se encontra ainda a funcionar, e que foram construídos para todo o país e para o estrangeiro por duas famílias de «fabricantes» da região: Bolais Mónica, da Gafanha da Nazaré, e José Vilar, da Murtosa.Entre as curiosidades do livro está também o aproveitamento que alguns moleiros faziam do movimento para iluminar o moinho, quando começou a aparecer a energia eléctrica.«Quando se fala tanto hoje em energias alternativas, há décadas atrás alguns moleiros já instalavam dínamos nas mós ou no rodízio para ter luz no moinho e em alguns casos carregavam baterias para levar para casa. Só eles é que tinham luz na habitação porque a energia não tinha ainda chegado a essas aldeias», descreve Carvalho Ferreira.Segundo o historiador, no Distrito de Aveiro há vestígios de milhares de moinhos, na maioria moinhos de água e de rodízios, mas já muito poucos trabalham.As transformações económicas e sociais do último século determinaram o seu declínio. Muitos desapareceram e quase todos estão em ruína, apesar de começar a haver agora alguma sensibilidade de particulares e de autarquias para a sua reabilitação, para fins turísticos e de lazer.No concelho de Aveiro resta apenas um moinho em laboração, no caso uma azenha, localizada no Bonsucesso, Aradas, numa área suburbana da cidade.É explorado por Duarte Poupa quando sai do emprego, porque a farinha não lhe permite viver apenas daquela actividade.O moinho tem vários séculos, tal como a tradição da família, com várias gerações de moleiros, que corre o risco de se perder. Duarte Poupa cobra a «maquia» aos lavradores que lhe entregam o milho para moer, mas são mais os que lhe compram a farinha sem fazer a entrega, porque cada vez menos se cultiva a terra.Sai do emprego e vai todos os dias ao moinho, faça chuva ou faça sol, porque, além da moagem, há que fazer limpezas e manutenção, que faz com saberes herdados de carpintaria e de mecânica, substituindo componentes que ele próprio fabrica.Quanto ao futuro do moinho, admite que possa morrer com ele porque o filho anda a cursar engenharia e não o vê a levar aquela vida.No entanto, refere o historiador, não é um fatalismo e abrem-se novas perspectivas: já existem vários projectos a nível nacional para aproveitar os moinhos para a microprodução de energia.
Fonte: Sol

quinta-feira, dezembro 11, 2008

OVARENSE

Está de parabéns a Ovarense pela conquista da terceira Supertaça de basquetebol consecutiva.

NOVO VISUAL

Tem o Debaixo dos Arcos. Com direito a fotografia actiualizada do Miguel Pedro Araújo. Parabéns. O blogue ficou bonito.

domingo, dezembro 07, 2008

DEVAGAR, DEVAGARINHO

O Beira-Mar já vai em quarto lugar depois de ganhar hoje, em casa, à Oliveirense.

sábado, dezembro 06, 2008

DECISÕES EM AVEIRO


Hoje há Conselho Geral da Nova Democracia. É à tarde, no Hotel Imperial e da ordem de trabalhos consta a convocação de um Congresso Extraordinário.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

TRÊS FACES DA MESMA MOEDA


Esta semana as notícias aveirenses mostraram três faces da mesma realidade. Ribau Esteves veio afirmar que o estado da ria de Aveiro é inacreditável. Palavras dele que não custa subscrever, bastando para o efeito dar uma volta pelo que se pode ver. Nem é necessário pegar no tal avião para ver as desgraças mais profundas da ria. Logo a ria, o cartão de visita ambiental, económico, turístico e cultural da região de Aveiro. A ria que mais ninguém tem. A ria que dava para vender turismo como quem quem vende pipocas em cinemas de centro comercial. A ria, o ex-libris de toda uma zona geográfica que cresceu com ela e à volta dela.

Ribau Esteves afirmou mais: que o salgado de Aveiro se encontra “completamente destruído” e que um circuito turístico pela Ria “não é um passeio agradável”.

“Há tanta coisa para fazer”, diz o vogal que preside à Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) e à Câmara de Ílhavo, e se há um plano de obras com um orçamento de 96 milhões, Ribau Esteves disse que para “pôr tudo em ordem de uma vez” seria necessário “10 vezes mais” que aquele valor. É que. segundo diz, “o nível de destruição é inacreditável”. Mas o estado a que chegou a Ria, com pontos em que se consegue chegar “só de avião”, tem responsáveis, apontando para o Governo pelo “abandono” a que deixou a laguna. Ribau Esteves intervinha numa sessão promovida pelo PSD de Aveiro sobre “O impacto da reorganização do sector turístico nas autarquias”. Na parte menos interessante das suas afirmações Ribau Esteves culpou o PS, claro, pela situação, tentando atirar areia para os olhos dos mais distraídos, quando sabe perfeitamente que as responsabilidades pelo estado da ria são repartidas e bem repartidas por vários partidos, por vários pelas autarquias da ria que não têm sabido, podido ou querido fazer melhor.

Esta semana ficámos também a saber que a cidade de Aveiro tem o maior número de infectados com VIH da região centro. A cidade de Aveiro é a que mais incidência regista de notificações de Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH-SIDA) na região Centro. Célia Oliveira, chefe da Unidade de Infecciologia do Hospital de Aveiro, adiantou como explicações que “Aveiro tem uma grande densidade populacional, largas zonas marítima e de embarque, e isso pode ajudar a explicar esta incidência mais elevada”. Enquanto em Aveiro sobem os casos notificados, no país desceram. Ou seja, também num índice sanitário relevante Aveiro recua face ao todo nacional.


Por último, numa revelação tocante, Manuel Miranda, antigo tesoureiro e presidente da Associação Desportiva Ovarense, que alegadamente conseguiu forjar, no banco em que trabalhava, mais de 24 milhões de euros de empréstimos, veio garantir que foi só “por amor ao clube”. Detido em 2004 pela Polícia Judiciária, aguarda com termo de identidade e residência pelo julgamento, mas a sua vida “deu uma grande volta”.

Aí está: o amor, neste caso a um clube, vem justificar o impensável. Por amor, a Ovarense está também nas lonas e a sua vida associativa levou uma grande volta. Por amor se fazem as coisas mais inacreditáveis neste país…

A ria estragada, a sida a subir e pessoas que por amor são capazes de tudo, eis um distrito nu e cru, que precisa de retomar o optimismo e a confiança no futuro que já foi a sua marca identitária outrora. Estes três episódios ilustram a evolução do distrito de Aveiro nos últimos anos. São apenas três episódios num distrito que tem muitos factores competitivos que necessitam ser potenciados para que seja reencontrado o caminho do futuro.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)


(Vista aérea da ria de Aveiro)

terça-feira, dezembro 02, 2008

AROUCA SEM MEIOS

Os meios da Protecção Civil deviam incluir equipamentos que facilitam a limpeza da neve na serra da Freita, onde não é possível circular em “algumas zonas”, alertou hoje o comandante dos bombeiros de Arouca. “Não fazemos outra coisa desde sábado que não seja socorrer pessoas bloqueadas na neve que circulam na estrada. Felizmente não temos tido casos graves”, afirmou à Agência Lusa Carlos Esteves.

Fonte: Lusa