sexta-feira, julho 06, 2007

REMO PARADO

Inevitavelmente, o bom senso parece ter, para já, prevalecido. O presidente da Câmara de Aveiro anunciou na Assembleia Municipal que o projecto de construção da pista de remo do Rio Novo do Príncipe vai sofrer “um compasso de espera”.

Élio Maia adiantou que “após diferentes reuniões com as partes envolvidas e a empresa responsável, considerámos mais seguro e mais sério não dar inicio já às obras”.


O autarca lembrou que “há uma multiplicidade de questões” por resolver, nomeadamente a identificação de proprietários de terrenos - um processo “dramático”, bem como negociações em curso para a compra de parcelas. Ainda de acordo com Élio Maia, a Câmara deparou-se ainda com “constragimentos ambientais e procedimentos legais a cumprir”, pelo que decidiu “adiar para uma altura mais conveniente” o início dos trabalhos, evitando “ter problemas mais à frente”. A informação enviada à Assembleia Municipal refere que o Relatório de Conformidade do Projecto de Execução (RECAPE) da pista encontra-se em fase final de elaboração. A Câmara prevê para breve a entrega no Instituto de Ambiente e a sua aprovação durante o mês de Julho. Está, também, em fase final de elaboração a planta cadastral respeitante aos terrenos a ocupar com a obra.

Evidentemente que a situação financeira da Câmara não será alheia a este compasso de espera. Como sempre defendemos, seria suicida avançar irresponsavelmente para a realização deste projecto sem saber primeiro como pagá-lo. Não duvidamos que haja outras razões que reforcem a necessidade do compasso. Mas também não se pode ignorar que a espera tem a enorme vantagem de permitir tentar arranjar o dinheiro necessário que o Governo taxativamente, bem ou mal não se discute agora, já afirmou que não concederia.

O poder em Portugal tem de aprender a ouvir as críticas e as posições dos cidadãos. O podem central e o poder local. Não há só uma maneira de ver os problemas. Não há só uma forma de os resolver. E quem se preocupa pela prossecução do interesse público fá-lo defendendo ideias que está convencido serem as mais adequadas.

A cultura da irresponsabilidade financeira tem de ser erradicada da gestão pública. O tempo de universidade, politécnico, hospital, pista de atletismo, pavilhão desportivo e o mais que as desvairadas mentes conceberem ao domicílio, rua a rua deste nosso Portugal, acabou. Em nome desta filosofia comprometeu-se o futuro. Queremos saudar Élio Maia por esta decisão. E lembrar que o imbróglio da pista de remo de Rio Novo do Príncipe tem autores conhecidos. O que se exige é, apenas, que o desvario não continue.

A obrigação da Câmara é encontrar e criar as condições para viabilizar o projecto, ambiental, desportiva e financeiramente. É para isso que se elegem autarcas. Para resolver e não para criar ou agravar problemas.


(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

3 comentários:

Anónimo disse...

O meu amigo está mal informado. Quem adjudicou e consignou a obra sem ter condições para o fazer foi o Dr. Élio Maia. Irresponsavelmente, como agora se está a ver.Agora dá o dito por não dito...

Anónimo disse...

Já agora verifiquem o histórico da adjudicação da obra na pista do remo de Montemor o Velho que fica "pertinho do Lobby de Coimbra" se também teve constrangimentos ao nível ambiental..
A título de exemplo parece que há medo.. caso Aveiro venha a ter uma pista de remo, o que seria se assim fosse quando se construíssem pavilhões ou estádios de diversas modalidades. Havia um ou dois por este Portugal e nada mais...

Anónimo disse...

... uma série de afirmações contraditórias devido a interesses partidários, é o que esta postagem é...
O mais importante é a liberdade de cada um dizer o que pensa segundo as informações que tem. Sigaaaaaaaaa.