Começa já amanhã o III Congresso da Nova Democracia. A Nova Democracia foi fundada para construir uma alternativa política ao sistema, a partir da constatação do esgotamento do actual sistema político e partidário. Não é desistindo a meio do caminho que se conseguirá atingir esse objectivo. Desiludam-se os que gostava dessa “boa” notícia.
Os partidos situacionistas, quer o do Governo, quer os da oposição, são incapazes de mudar o sistema. PS, PSD e CDS são uma espécie de tridente de um sistema político caduco, esgotado, corrupto e incapaz de suscitar a mobilização dos portugueses para os desafios do futuro. São prisioneiros de interesses, autores dos defeitos do sistema, serviçais da União Europeia.
Perderam a vontade reformadora, conformam-se com o desinteresse do povo, agradecem a indiferença geral para se perpetuarem no poder e na oposição, mas sempre a viverem à sombra dos negócios do Estado e à conta do Orçamento do Estado. A alegada direita com que alguns querem neste momento construir um partido único é uma direita cobarde e inconsequente, que apoia, subscreve e vota as principiais medidas do Governo do PS no Parlamento.
Só quem acredita que é necessário mudar, que é possível mudar e só quem quer participar no esforço de mudança, se sente bem neste partido. Quem apenas gosta de política para a ver sentado no sofá, de chinelos, de quatro em quatro anos, não está no PND a fazer nada. Quem, no fundo, apenas não gosta dos outros partidos por causa do estilo dos seus líderes actuais, mas quer o mesmo para Portugal, também não está no PND a fazer nada. Não será com esses que alguma coisa mudará em Portugal. Para eles, a política é uma passerelle onde desfilam alfaiates, sorrisos e esgares, que não ideias, projectos e compromissos.
Propor a extinção da Nova Democracia neste momento é um frete grátis descarado ao CDS e ao PSD. Nenhum deles merece o frete. E é, além disso, uma tranquilidade que se oferece a um Governo mentiroso, que prometeu uma coisa na campanha eleitoral e está a fazer outra no poder. O Governo também não merece essa tranquilidade.
A Nova Democracia só dependerá exclusivamente do seu líder se os seus militantes se demitirem da obrigação de intervir e de ajudar ao crescimento do apoio popular às nossas ideias e ao nosso projecto para o país.
Quem pensa que o país está bem, que não precisa de mudar e que tem uma espécie de destino garantido nas estrelas, o melhor que tem a fazer é inscrever-se no CDS, no PSD e no PS. Mas quem acredita, como é o caso dos subscritores desta moção, numa alternativa, quem está disposto a lutar por ela, quem se recusa a deixar que PS, PSD e CDS continuem a fingir que são diferentes, num decadente e degradante jogo de sombras barato, para deixar tudo na mesma, só pode tomar um compromisso: levar o PND a disputar as próximas eleições legislativas com esperança, ânimo e vontade.
Também nós entendemos que é necessária uma convergência de esforços à direita para derrotar o PS e combater a esquerda em geral. Mas essa alternativa só se fará se a Nova Democracia crescer e se afirmar nas próximas eleições legislativas. Porque se assim não fosse essa alternativa já existiria. Neste momento da vida do país, a Nova Democracia é o espaço político da direita que faz falta e que o PSD e o CDS abandonaram por falta de convicção e por cederem à tentação colaboracionista com o PS.
A grande mensagem que deve sair do III Congresso é, a meu ver, esta mesmo: o compromisso de disputar as próximas eleições legislativas de 2009, com o objectivo de eleger deputados com base num projecto político de mudança consubstanciado na sua declaração de princípios e no seu programa.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
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