sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Ribouto E Soutau, Soutau E Ribouto

Aveiro e Ílhavo têm tudo a ganhar se forem geridas em cooperação, entendimento e complementaridade. O aumento do bem estar das populações dos dois concelhos e o seu desenvolvimento económico, ambiental e cultural a isso aconselha. Respeitando naturalmente a vontade das populações, democraticamente expressa nas urnas, quando chamadas a escolher os seus autarcas.

Nos últimos dias tem-se assistido a um comportamento lamentável dos presidentes das duas câmaras municipais. Ao contrário do que eles certamente pensam, Ribau Esteves e Alberto Souto são demasiado iguais. São a cara e a coroa do rotativismo partidário que tem afundado Portugal e muitos concelhos por esse país fora.

Em vez de governarem como é seu dever, insultam-se. Em vez de cooperarem como é sua obrigação, guerreiam-se. Em vez de gerirem bem os recursos públicos que não são sua propriedade mas que apenas lhes estão transitória e temporariamente confiados, aumentam passivos, criam dívidas e quem vier atrás que feche a porta. São políticos gastos de partidos gastos que só sabem sobreviver num sistema gasto.

Ao contrário do que dizem, ambos têm imensa pachorra um para o outro. Ambos se alimentam reciprocamente de circo e ineficiência. A dívida de Aveiro à SIMRIA permite a Ílhavo alimentar capital de queixa que dá para disfarçar outros problemas. As decisões dos tribunais sobre as ilegalidades na SIMRIA permitem a Aveiro acusar Ílhavo de clientelismo. E assim se vai vivendo no paga-não-paga, no diz que disse, no vai e vem.

Quem perde no meio disto tudo é uma região e uma população que têm todas as condições para viver numa zona de excelência e que a casmurrice de alguns não permite que cresça e se desenvolva como podia. O problema é que a legião dos descrentes tem de se converter em alternativa.

Capitular não é futuro. Desistir não é caminho. Mudar este modus vivendi dá trabalho e demora anos. Mãos à obra.

(publicado no Diário de Aveiro, edição de 05.07.2005)

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