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domingo, abril 29, 2007
sexta-feira, abril 27, 2007
A NOVA OPORTUNIDADE DA DIREITA
A vitória esperada de Paulo Portas sobre Ribeiro e Castro no CDS é uma nova oportunidade para a direita. O espaço político da direita não tem hoje representação no Parlamento, onde apenas há cadeiras que estão colocadas à direita da mesa. O que é muito diferente de nessas cadeiras se sentar a direita política.
De repente parece que voltámos aos dias seguintes ao 25 de Abril onde havia medo, receio e vergonha de alguém cometer a ousadia contra-revolucionária de se dizer de direita. É verdade que na altura havia um célebre operacional que se dispunha a meter a direita no Campo Pequeno. Mas hoje esse risco desapareceu.
Todos os personagens que se sentam à direita de Jaime Gama no hemiciclo estão em marcha declarada para o centro, esse lugar de sítio nenhum na sociedade eleitoral, mas que constitui sede apropriada para os grandes negócios do regime e para os grandes financiamentos do regime.
Este CDS de Portas também quer o centro. Aliás, assim nasceu em 1974, rigorosamente ao centro. Rigor não é qualidade que Portas tenha, mas da sua voracidade central já ninguém duvida. Aliás, o CDS do centro até começou ao contrário. Normalmente os partidos que partem em busca do Graal do centro têm de lá chegar primeiro antes de ter a alforria mordomística. No CDS, o lugar na administração da Caixa Geral de Depósitos até chegou mais cedo do que o partido chegou ao centro. Mais rápidos que a própria sombra…
Este CDS que existe desde domingo já defendeu tudo e o seu contrário. Portas tornou-se democrata-cristão depois de ter proclamado, com a solenidade parola que coloca nas maiores frugalidades que afirma, a morte da democracia-cristã. Já foi contra o euro, hoje é a favor. Já foi pela soberania contra o federalismo, mas subscreveu no Governo a Constituição europeia federalista contra a soberania. Já foi euro-revoltado, euro-contestatário, euro-nervoso e euro-calmo. Hoje é euro-ausente. Já foi líder partidário e eurodeputado ao mesmo tempo, mas hoje acha que não se pode ser líder partidário e eurodeputado ao mesmo tempo. Já fez juras de fidelidade aos pescadores, mas abandonou-os logo que chegou ao poder e, por sinal, à pasta ministerial do Mar que lhe caiu no regaço sem aviso prévio.
Portas é o vazio ideológico mais barulhento e inconsequente da política portuguesa. Ora, a direita não confia por natureza em pessoas tão brilhantemente erráticas. PS, PSD e CDS estão a participar num concurso nacional de centrismo militante.
Hoje é assim mais fácil mostrar as diferenças entre a direita e as esquerdas todas, as ideológicas, as cúmplices, as invejosas e as de centro.
À direita, é, portanto, o vazio institucional.
Em 2009, esse vazio pode acabar. E acabará com a eleição de deputados da Nova Democracia. Talvez até o vazio acabe antes de 2009. Talvez acabe já em Maio de 2007, com a eleição dos primeiros deputados da Nova Democracia na Madeira. O que, a verificar-se, como acredito que pode suceder, será o início de uma nova era política no país. É que não é só a situação que está podre e caduca. A oposição também. Uma democracia de qualidade exige uma oposição tão séria quanto necessita de um Governo na mesma medida.
De repente parece que voltámos aos dias seguintes ao 25 de Abril onde havia medo, receio e vergonha de alguém cometer a ousadia contra-revolucionária de se dizer de direita. É verdade que na altura havia um célebre operacional que se dispunha a meter a direita no Campo Pequeno. Mas hoje esse risco desapareceu.
Todos os personagens que se sentam à direita de Jaime Gama no hemiciclo estão em marcha declarada para o centro, esse lugar de sítio nenhum na sociedade eleitoral, mas que constitui sede apropriada para os grandes negócios do regime e para os grandes financiamentos do regime.
Este CDS de Portas também quer o centro. Aliás, assim nasceu em 1974, rigorosamente ao centro. Rigor não é qualidade que Portas tenha, mas da sua voracidade central já ninguém duvida. Aliás, o CDS do centro até começou ao contrário. Normalmente os partidos que partem em busca do Graal do centro têm de lá chegar primeiro antes de ter a alforria mordomística. No CDS, o lugar na administração da Caixa Geral de Depósitos até chegou mais cedo do que o partido chegou ao centro. Mais rápidos que a própria sombra…
Este CDS que existe desde domingo já defendeu tudo e o seu contrário. Portas tornou-se democrata-cristão depois de ter proclamado, com a solenidade parola que coloca nas maiores frugalidades que afirma, a morte da democracia-cristã. Já foi contra o euro, hoje é a favor. Já foi pela soberania contra o federalismo, mas subscreveu no Governo a Constituição europeia federalista contra a soberania. Já foi euro-revoltado, euro-contestatário, euro-nervoso e euro-calmo. Hoje é euro-ausente. Já foi líder partidário e eurodeputado ao mesmo tempo, mas hoje acha que não se pode ser líder partidário e eurodeputado ao mesmo tempo. Já fez juras de fidelidade aos pescadores, mas abandonou-os logo que chegou ao poder e, por sinal, à pasta ministerial do Mar que lhe caiu no regaço sem aviso prévio.
Portas é o vazio ideológico mais barulhento e inconsequente da política portuguesa. Ora, a direita não confia por natureza em pessoas tão brilhantemente erráticas. PS, PSD e CDS estão a participar num concurso nacional de centrismo militante.
Hoje é assim mais fácil mostrar as diferenças entre a direita e as esquerdas todas, as ideológicas, as cúmplices, as invejosas e as de centro.
À direita, é, portanto, o vazio institucional.
Em 2009, esse vazio pode acabar. E acabará com a eleição de deputados da Nova Democracia. Talvez até o vazio acabe antes de 2009. Talvez acabe já em Maio de 2007, com a eleição dos primeiros deputados da Nova Democracia na Madeira. O que, a verificar-se, como acredito que pode suceder, será o início de uma nova era política no país. É que não é só a situação que está podre e caduca. A oposição também. Uma democracia de qualidade exige uma oposição tão séria quanto necessita de um Governo na mesma medida.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
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segunda-feira, abril 23, 2007
AINDA AS BOAS NOTÍCIAS
Inauguração de sede do partido em Aveiro
Monteiro diz que vitória de Portas é oportunidade para a Nova Democracia
O líder da Nova Democracia (PND), Manuel Monteiro, disse hoje que a vitória de Paulo Portas na disputa da liderança do CDS «é uma oportunidade» para o seu partido «se afirmar e crescer com espaço próprio»
«A vitória de Paulo Portas é uma oportunidade óptima para a clarificação do que é a Nova Democracia, de afirmação e de crescimento no espaço próprio da direita», declarou. Falando a jornalistas à margem da inauguração da sede do PND em Aveiro, Manuel Monteiro disse que não vai «fazer convites especiais a ninguém».
«Fiz em Julho do ano passado um convite a Ribeiro e Castro para trabalharmos nos Estados Gerais da direita. Hoje não vou fazer convites especiais a ninguém», afirmou.
Garantiu, no entanto, que «serão bem vindos os que queiram participar na construção do projecto da Nova Democracia, que é um partido aberto, conservador e liberal». Para Manuel Monteiro, com a vitória de Paulo Portas nas directas do CDS, «a Nova Democracia tem agora todas as condições para demonstrar o que a diferencia do CDS, que quer ser igual ao PSD».
«É uma oportunidade mais do que óbvia para a afirmação do que procurei fazer com o CDS», completou. Manuel Monteiro não se mostrou surpreendido com a dimensão do resultado obtido por Paulo Portas, afirmando mesmo que esperava que fosse superior, devido à forma como este organizou o partido, após ter saído em 1998.
Aos militantes, Manuel Monteiro deixou a mensagem de que, a abertura de sedes, não é para se fecharem nas instalações, mas para afirmar o PND como um partido aberto e diferente, capaz de atrair independentes. «Enquanto outros partidos estão a regressar ao passado, nós temos de abrir as portas do futuro», exortou.
Defendeu por isso uma organização diferente dos «partidos velhos», admitindo a chamada de independentes para as listas e não apenas para debater ideias, e novas propostas que vão ao encontro da sociedade civil. «Se o não fizer, torna-se igual aos partidos de que o povo está cansado, porque o que os cidadãos querem não é novos políticos, mas novas políticas».
«Vejo Marques Mendes defender menos impostos, mas o que é necessário fazer é mudar os impostos porque a lógica do sistema fiscal não pode continuar a mesma», exemplificou, propondo uma taxa única sobre o rendimento, em vez de impostos progressivos.
As eleições de 2009, segundo Manuel Monteiro, vão ser «a oportunidade de dar testemunho da diferença, abrindo as listas à sociedade civil para não cometer os mesmos erros dos partidos tradicionais, em que há pessoas que se montam nas estruturas partidárias e estão convencidas de que são os reis da política no país», concluiu.
Fonte: Sol/Lusa
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domingo, abril 22, 2007
BOAS NOTÍCIAS
Portas ganhou as directas no CDS. O bloco central tem a partir de hoje, de novo, o tripé completo. Nem falta o lugarzinho na Administração da CGD para convencer quem não acredita. São boas notícias para a direita política e, sobretudo, para a direita séria. O caminho está mais livre para crescer. Definitivamente, o crescimento da Nova Democracia e a inauguração, mais logo, em Aveiro, de mais uma sede, vem no momento certo. A direita democrática e sobretudo a direita séria, precisa cada vez mais de ter onde votar.
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sexta-feira, abril 20, 2007
NO MOMENTO CERTO
A inauguração de uma sede da Nova Democracia em Aveiro, no próximo domingo, é o sinal certo no momento certo.
É o sinal certo porque na política, como na vida em geral, vive-se de símbolos e de força. Para um partido novo, que faz política à custa dos bolsos dos seus militantes, sem mordomias nem sinecuras públicas, que denuncia o sistema e que por isso não merece o beneplácito do financiamento interesseiro da contrapartida imobiliária, gasolineira ou outras, a abertura de uma sede é um símbolo de crescimento e de aumento de influência social.
Vem no momento certo, porque o país vive uma situação peculiarmente grave de descrédito da política e de necessidade de novas alternativas e de novos caminhos. No Governo, assistimos à aplicação de curativos para velhos problemas, sem ousar atacar os problemas em si mesmos. O PS quer salvar até ao limite o que resta do socialismo. Fazendo, embora de conta, e por vezes eficazmente, que deixou de ser socialista e passou a ser neo-liberal. A oposição parlamentar ao PS é uma lástima de ineficácia, e, ainda por cima, está muito longe de ser uma alternativa de projecto. Continua a ser uma antecâmara de disponíveis para se sentarem nas cadeiras do PS no momento em que elas vagarem.
O Presidente da República decidiu a fazer todas as vontades ao PS, e entretém-se a dissecar o “estilo” da Presidência, fazendo de conta que não é político e até eleito. Não é problema para a maioria nem esperança para o país.
Em Aveiro, a situação política é uma miniatura da situação do país, apenas com a diferença de se ter trocado de posições geométricas. Em Aveiro vive-se a situação que no país se vivia com o Governo de má memória de Durão Barroso. Até há quem alvitre que Élio Maia poderia vir a tornar-se ele próprio uma miniatura do Primeiro-Ministro que desprezou o mandato e a palavra dada ao país e se foi refastelar na Comissão Europeia.
A tanta ousadia não nos permitimos chegar, já que fazemos de Élio Maia a ideia de homem de palavra e de não deixar as coisas a meio, independentemente de se saber se governa bem ou mal a autarquia. Mas o estado autárquico em Aveiro é financeiramente comatoso e politicamente estagnado.Assim conformados os agentes do sistema como se encontram, resta uma de duas: ou desiste-se ou luta-se. Na Nova Democracia está quem decidiu lutar.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
quarta-feira, abril 18, 2007
terça-feira, abril 17, 2007
sexta-feira, abril 13, 2007
OUTRA ENTREVISTA, ESTA MELHOR
Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
Depois de ter chegado à presidência do CDS com apenas 29 anos, Manuel Monteiro é, desde 2003, líder do Partido da Nova Democracia (PND), que nas últimas eleições legislativas, em 2005, foi apenas a sétima força política mais votada (39.999 votantes, 0,7 por cento). Actualmente com 45 anos, Manuel Monteiro não esconde a ambição de fazer crescer o PND à custa dos partidos à sua esquerda. A entrevista ao Diário de Aveiro e à Aveiro FM foi concedida na terça-feira, dia em que Paulo Portas iniciou em Aveiro a campanha para a liderança do CDS/PP.
A sua visita a Aveiro acontece no mesmo dia em que Paulo Portas inicia em Aveiro a sua campanha para a liderança do CDS. É coincidência?
Não é coincidência, é de propósito. Um problema central na política é a credibilidade. Tenho previsto vir a Aveiro diversas vezes, mas vir hoje tem um significado político no dia em que, à minha esquerda, o CDS inicia um processo eleitoral para eleger o próximo presidente. Eu venho aqui no mesmo dia que o dr. Paulo Portas – ele que descobriu Aveiro como cidade política pela minha mão, quando em 1995 o convidei a ser candidato a deputado por este circulo eleitoral – para procurar marcar a diferença.
Que diferença pretende marcar?
Não faz sentido que haja pessoas que, em nome das conjunturas, confundem o legítimo direito de mudar de opinião com a nítida necessidade de constantemente mudarem de posição. Temos políticos em Portugal que sistematicamente mudam de posição, tanto à esquerda como à direita. Os partidos à direita do PS têm beneficiado de um certo adormecimento de memória – porque as pessoas às vezes esquecem-se do que aconteceu – e vão votando. O que acontece é que Aveiro tem servido para guindar um conjunto de políticos do primeiro plano do patamar nacional, mas não significa que Aveiro tenha beneficiado com isso. O dr. Paulo Portas foi e é deputado por Aveiro, mas enquanto era deputado era vereador na Câmara Municipal de Lisboa e a meio do caminho candidatou-se ao Parlamento Europeu. O dr. Marques Mendes, também deputado por Aveiro, está a fazer agora uma campanha contra a OTA esquecendo-se que foi o primeiro-ministro Barroso (com Marques Mendes e Paulo Portas) que mais pressão fez em Bruxelas para que os fundos comunitários a favor da Ota fossem aprovados. A minha vinda a Aveiro é propositada, porque a política não pode continuar a pactuar com a hipocrisia. Não é legítimo que façamos tudo para estar sempre na crista da onda e para podermos sempre dizer o contrário do que dissemos no dia anterior. Aveiro tem dado a ganhar muito a vários políticos, entre eles o dr. Paulo Portas, e não tem beneficiado objectivamente desse apoio que lhes tem dado.
Marques Mendes também já veio a Aveiro sem que o senhor tenha mostrado a preocupação quer agora revela com Paulo Portas. Paulo Portas é o seu alvo predilecto?
Há um espaço de competição. O espaço da Nova Democracia é o PP. Há uma diferença clara entre o CDS e o PP, e eu digo isto na capital do CDS – Aveiro foi sempre a capital do CDS. Eu fui eleito presidente do CDS em 1992 e os CDS’s então não votaram em mim – Girão Pereira, por exemplo, estava ao lado de Basílio Horta. Mais tarde fundei o PP, diferente do CDS: onde o CDS era do centro, o PP era de direita; onde o CDS era um partido da democracia-cristã, o PP era conservador; onde o CDS era europeísta de um modelo federal, o PP era soberanista, anti-federalista... Existiam claras diferenças. Hoje, só se mantém a sigla CDS/PP porque o Tribunal Constitucional não permitiu mudar. A Nova Democracia é, no espaço da direita democrática, aquele que foi o meu desejo e o meu sonho para o PP.
O PND é um partido pequeno. Posicionando-se tão à direita, não teme que tenha pouca margem para crescer?
Penso que não. O PND defende a nação, entende – ao contrário da corrente – que faz sentido defender o debate ideológico, pretende ser um partido de valores... Há um vasto caminho a percorrer para a direita popular que eu quero representar, porque há muitas pessoas que pensam como eu que votam no PSD, no CDS e até no PS. Quando era líder do PP tive eleitores que habitualmente votavam no PCP que aderiram aos meus ideais. Eu acredito na economia de mercado, mas o que temos hoje em Portugal é um capitalismo selvagem; acredito na iniciativa privada, mas o que temos é monopólio de meia-dúzia de empresas, escritórios e famílias, que, à semelhança do que acontecia antes do 25 de Abril, dominam o país. A direita em que acredito permite que todas as pessoas tenham liberdade para montar o seu negócio e criar riqueza, mas assistimos a uma sociedade em que as pessoas que querem investir são cada vez mais proletárias e trabalhadores por conta de outrem e estão cada vez mais pobre. Estamos a assistir a um movimento de globalização e a uma lógica na Europa e no mundo que é favorável a meia-dúzia de pessoas e empresas. Eu vivo pior depois do euro.
Como é que o PND pode crescer?
Através de um contacto mais directo com os cidadãos. Temos um conjunto de quadros extraordinários, mas são pessoas a quem o combate político às vezes ainda causa alguma estranheza. A política precisa deles. A política precisa de pessoas que não precisam da política. Tenho consciência que existe desproporção entre a minha notoriedade e a notoriedade da Nova Democracia, e é através de iniciativas permanentes que a Nova Democracia se pode dar a conhecer.
Aveiro é um distrito importante para o partido?
Muito importante. Nas últimas legislativas, houve quem dissesse que tínhamos sido responsáveis por termos tirado um deputado ao CDS. Não sei se é verdade ou não. Não gostaria que a Nova Democracia fosse conhecida por ser o partido que tira votos ao CDS mas por ser o partido que elege deputados seus. Aveiro é um distrito de aposta da Nova Democracia nas próximas eleições. Não podemos ter a pretensão de concorrer em 2009 para ganhar as legislativas. Há um caminho que tem de ser feito e, nesse caminho, Aveiro – paralelamente com Lisboa, Porto e Braga – é um distrito de aposta estratégica do PND.
Acha que o PND pode eleger deputados já em 2009?
Esse tem de ser obrigatoriamente um objectivo. Aveiro é um distrito prioritário para os nossos objectivos eleitorais em 2009.
Já sabe quem vai ser o cabeça-de-lista por Aveiro?
Ainda não. O círculo eleitoral de Aveiro fez-me um convite para que fosse eu o cabeça-de-lista à frente do PND. A política precisa de credibilidade – eu anunciei recentemente a minha disponibilidade, caso houvesse eleições antecipadas, para ser candidato pelo PND à Câmara de Lisboa; se isso acontecer, não serei candidato a deputado por Aveiro. Não é sério a mesma pessoa ser candidata à câmara por um sítio e candidata a deputado por outro.
E se não houver eleições antecipadas na capital?
É um assunto que não se me coloca. Na minha vida fui deputado por dois sítios – Porto e Braga, este último um distrito com o qual sempre tive uma ligação muito forte, porque vivi lá muitos anos, a minha família materna é de lá, e eu não nego esse apelo em relação ao círculo de Braga. Seria uma honra ser eventualmente candidato por Aveiro... Seja como for, o objectivo é que o candidato seja alguém que ultrapasse as fronteiras da Nova Democracia e que seja um máximo denominador comum.
Até que ponto o actual clima de agitação no CDS pode beneficiar o PND?
Há um clima de agitação a nível geral. No CDS é evidente, e não me surpreende. No PSD a agitação também existe e tanto quanto julgo saber as coisas para o lado do PS também não estão bem; no Bloco de Esquerda há uma lista alternativa à de Francisco Louçã e o único partido estável é o PCP, porque não é muito hábito as pessoas discutirem. A Nova Democracia pode e deve beneficiar com este clima de desagregação que existe nos partidos do sistema. Nós sentimos um descrédito total com a democracia e com o sistema democrático por parte da esmagadora maioria dos cidadãos. Hoje sinto-me mais intranquilo com o meu futuro como cidadão do que há uns anos atrás, porque quem não tiver um pé de meia muito grande provavelmente amanhã corre riscos, e então se tiver de ser operado é o diabo... Necessitamos de uma alteração circunstancial da vida política. Temos a dita esquerda a criar empresas municipais e nacionais, mas a suposta direita muda o quê? Os administradores. Esta não é a minha direita. A minha direita não pode atacar o PS de despesista e de criar empresas municipais para pôr os amigos e depois fazer o mesmo. Que autoridade moral têm o PSD e o CDS para atacar a Câmara de Braga pelo seu despesismo e pelos empregos que dá quando aqui [em Aveiro] faz o mesmo? Aquilo que se passa no CDS não me é indiferente, mas há um campo muito amplo de crescimento para a Nova Democracia que não se esgota no CDS.
Surpreende-o o que se tem passado no CDS?
Não. Estava escrito nas estrelas que mais dia menos dia isto ia acontecer. Sempre tive uma admiração imensa pelo dr. Girão Pereira – é uma pessoa de bem, que eu respeito, foi um dos melhores autarcas do país –, mas espanto-me quando ele se diz admirado com o que aconteceu no CDS. Espanto-me porque isto não é novo para o dr. Girão Pereira – ele viu este mesmo grupo fazer exactamente o mesmo quando ele era da direcção presidida por mim. Só não andou aos encontrões. Espanto-me com este ar de surpresa e quase de ofensa de algumas pessoas do CDS.
Está a falar do grupo de Paulo Portas?
Sem dúvida. Há um grupo de pessoas que nunca consentirá que o seu «status» seja beliscado; há um grupo parlamentar que se entrincheirou, que quer manter os seus lugares...
Ao PND quem é que convinha mais que ganhasse as eleições no CDS: Ribeiro e Castro ou Paulo Portas?
Paulo Portas. É mais vantajoso, pelos bons e maus motivos. Pelos maus motivos, porque há sempre esta expectativa de confronto entre mim e o dr. Paulo Portas, a ideia de que há um ajuste de contas a fazer. Pelos bons, porque é uma oportunidade de fazer uma distinção clara entre a direita da Nova Democracia e aquilo que é o centro-direita do dr. Paulo Portas. O ânimo e a predisposição para o combate serão maiores.
Quem acha que tem mais condições de ganhar?
Penso que vai ser o dr. Paulo Portas, que jamais se candidataria se achasse que iria perder. E não é por acaso que fez tanto finca-pé para que não existisse um congresso. Como é que pretende tirar dividendos da crise instalada no CDS? Aquilo que acontece inevitavelmente favorece a possibilidade de eu explicar às pessoas por que é que saí. Não tinha condições para defender o meu quadro de ideias e valores sem ser permanentemente assobiado e sem tentativas de humilhação. Há um grupo de pessoas fundamentalistas, com um comportamento que raia muitas vezes aquilo que verificamos ser a extrema-direita, que aprenderam com Lenine como se dominam assembleias, como se causa enervamento nos adversários... Essas pessoas ficaram muito felizes por eu ter saído, como ficaram muito felizes por ter saído a dra. Maria José Nogueira Pinto.
Até onde pensa chegar como líder do PND?
Eu tenho ambição pelo poder, o que é legítimo. Eu quero ser eleito deputado e acho que se for deputado o país ganha com isso. Se o meu objectivo pessoal fosse ser ministro a qualquer custo, não tinha saído do CDS e eventualmente estava hoje no PSD. Tantos foram para lá! Ou então era administrador de uma determinada empresa, ou vereador ou secretário de Estado. Esse não é o meu objectivo. Gostaria imenso de ser membro de um Governo, com ou sem coligação, mas para pôr em prática ideias em que acredito.
Se tivesse sido eleito por Aveiro, o que teria feito pelo distrito que Paulo Portas ou Marques Mendes, que o senhor tanto critica, não tenham feito?
Há uma questão fundamental que é a defesa das pescas. A defesa do sector foi sempre fundamental para mim. Defender as pescas não é apenas defender a actividade de captura de peixe, é defender a montante e a jusante todo um conjunto de outras actividades económicas. Aveiro é inquestionavelmente um distrito de ponta ao nível do sector piscatório, atendendo nomeadamente aos investimentos e aos esforços consideráveis de modernização da frota. A Associação dos Armadores das Pescas Industriais, presidida por um aveirense, tem sistematicamente chamado a atenção para a fraude política que é o actual ministro da Agricultura e das Pescas, que virou as costas ao sector. Não se vêem pessoas com a capacidade mediática que têm Paulo Portas ou Marques Mendes na primeira linha de defesa do sector. Mas há outro sector, que é o da cerâmica, que está a passar uma situação difícil atendendo à globalização. O distrito de Aveiro tem vindo a perder peso do ponto de vista económico e político, e não deixa de ser irónico que um distrito que perde peso económico e político seja o distrito que tem Paulo Portas e Marques Mendes como cabeças-de-lista de dois partidos políticos.
Maria José Santana e Rui Cunha
A ENTREVISTA
De uma coisa estou certo: se Jorge Sampaio fosse Presidente da República e usasse os mesmos critérios políticos que usou para avaliar Santana Lopes para avaliar José Sócrates, o país já se estaria a preparar para uma campanha eleitoral.
Defendo que o PS e o seu líder devem ser julgados politicamente, em eleições, sobre o que estão a fazer, de bem e de mal, e o que não estão a fazer, de bem e de mal, na governação. Mas a democracia contemporânea está muito longe de ser um mero pronunciamento eleitoral de quatro em quatro anos.
Ao contrário de muitos entendo que a questão da licenciatura do Primeiro-Ministro e das sucessivas trapalhadas que vieram a público nos últimos dias carece de discussão. O país tem certamente assuntos mais importantes e urgentes para tratar, mas a ética republicana, tão cara aos socialistas, impõe que quem exerce o poder não se tenha prevalecido de várias coisas feias, designadamente de se intitular aquilo que não é.
José Sócrates parece lidar mal com a franqueza. Iniciou logo a entrevista a dizer que não se tinha preparado especialmente para debater o assunto da licenciatura. O que seria patético e revelador de enorme incompetência política se fosse verdade. Ora, se há político mediaticamente competente é justamente José Sócrates. Numa entrevista que se sabia antecipadamente que iria tratar de verdades e mentiras é má política começar logo desta maneira. É que ninguém acredita.
Uma entrevista que, diga-se, começou logo por ser mal promovida pela própria RTP. Todos sabíamos que o tema da entrevista seria a licenciatura e não o balanço dos dois anos de Governo. Sempre o jogo de sombras, sempre a irresistível tendência para fazer dos outros parvos.
José Sócrates, como é seu direito, defendeu-se. Mas uma coisa é defender-se, e, até, ser convincente na defesa, outra bem diferente é esclarecer todas as dúvidas que, legitimamente, repito, legitimamente, foram colocadas com assinaturas várias e não anónima e cobardemente, sobre a regularidade da sua licenciatura e das suas declarações acerca das habilitações e qualidades profissionais ou não.
Na defesa talvez tenha sido convincente, no esclarecimento é que não foi. Ficaram várias questões por explicar, o que talvez não tivesse sucedido se os entrevistadores tivessem sido mais objectivos e claros nas perguntas. Havia seguramente vontade de esclarecer tudo, mas faltou alguma objectividade. Tinha-se obtido o mesmo resultado em metade do tempo se tivesse havido a coragem de obrigar o Primeiro-Ministro a falar claro. E apesar da torrente de palavras os entrevistadores deixaram escapar questões importantes, como a das equivalências, a do conhecimento prévio de António Morais e a de se intitular uma coisa que não era.
Veja-se com mais minúcia um exemplo: os dois registos biográficos do deputado José Sócrates na VI legislatura, existentes na Assembleia da República, com informações diferentes quanto à profissão e habilitações literárias são, afinal, um original corrigido e uma fotocópia feita antes da correcção. Isso mesmo foi confirmado pelo gabinete do Primeiro-Ministro.
Defendo que o PS e o seu líder devem ser julgados politicamente, em eleições, sobre o que estão a fazer, de bem e de mal, e o que não estão a fazer, de bem e de mal, na governação. Mas a democracia contemporânea está muito longe de ser um mero pronunciamento eleitoral de quatro em quatro anos.
Ao contrário de muitos entendo que a questão da licenciatura do Primeiro-Ministro e das sucessivas trapalhadas que vieram a público nos últimos dias carece de discussão. O país tem certamente assuntos mais importantes e urgentes para tratar, mas a ética republicana, tão cara aos socialistas, impõe que quem exerce o poder não se tenha prevalecido de várias coisas feias, designadamente de se intitular aquilo que não é.
José Sócrates parece lidar mal com a franqueza. Iniciou logo a entrevista a dizer que não se tinha preparado especialmente para debater o assunto da licenciatura. O que seria patético e revelador de enorme incompetência política se fosse verdade. Ora, se há político mediaticamente competente é justamente José Sócrates. Numa entrevista que se sabia antecipadamente que iria tratar de verdades e mentiras é má política começar logo desta maneira. É que ninguém acredita.
Uma entrevista que, diga-se, começou logo por ser mal promovida pela própria RTP. Todos sabíamos que o tema da entrevista seria a licenciatura e não o balanço dos dois anos de Governo. Sempre o jogo de sombras, sempre a irresistível tendência para fazer dos outros parvos.
José Sócrates, como é seu direito, defendeu-se. Mas uma coisa é defender-se, e, até, ser convincente na defesa, outra bem diferente é esclarecer todas as dúvidas que, legitimamente, repito, legitimamente, foram colocadas com assinaturas várias e não anónima e cobardemente, sobre a regularidade da sua licenciatura e das suas declarações acerca das habilitações e qualidades profissionais ou não.
Na defesa talvez tenha sido convincente, no esclarecimento é que não foi. Ficaram várias questões por explicar, o que talvez não tivesse sucedido se os entrevistadores tivessem sido mais objectivos e claros nas perguntas. Havia seguramente vontade de esclarecer tudo, mas faltou alguma objectividade. Tinha-se obtido o mesmo resultado em metade do tempo se tivesse havido a coragem de obrigar o Primeiro-Ministro a falar claro. E apesar da torrente de palavras os entrevistadores deixaram escapar questões importantes, como a das equivalências, a do conhecimento prévio de António Morais e a de se intitular uma coisa que não era.
Veja-se com mais minúcia um exemplo: os dois registos biográficos do deputado José Sócrates na VI legislatura, existentes na Assembleia da República, com informações diferentes quanto à profissão e habilitações literárias são, afinal, um original corrigido e uma fotocópia feita antes da correcção. Isso mesmo foi confirmado pelo gabinete do Primeiro-Ministro.
A pedido de vários órgãos de comunicação social, a secretaria-geral da Assembleia da República divulgou os fac-similes dos dois registos existentes nos serviços. Ambos têm a mesma data (13 de Fevereiro de 1992) e são em tudo idênticos. Mas num deles consta a profissão de engenheiro e na rubrica das habilitações a referência “Engenharia Civil”, enquanto no outro surge a profissão de engenheiro técnico e nas habilitações académicas surge a abreviatura “Bach.” antes da “Engenharia Civil”. Ontem, na entrevista, Sócrates limitou-se a dizer que não se lembrava. Isto é, ficou por esclarecer. Mas numa nota de 10 de Abril do seu próprio Gabinete afirma-se que Sócrates é alheio a esta confusão. Não bate a bota com a perdigota.
Quando a entrevista saiu do tema difícil, José Sócrates melhorou em muito. E acabou por estar ao seu nível já conhecido. Já saber se matou ou não o assunto é coisa que só o futuro dirá.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
quinta-feira, abril 12, 2007
A OUVIR
Hoje, entrevista de Manuel Monteiro à rádio Aveiro FM 96.5. Pode-se ouvir na inetrnet, às 19 horas, no sítio da rádio.
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quarta-feira, abril 11, 2007
AINDA O ACIDENTE NO AÉRODROMO EM ESPINHO
O presidente da Câmara de Espinho, José Mota, foi hoje constituído arguido num processo para apuramento de responsabilidades na colisão de uma aeronave e de um automóvel, que em 2005 provocou dois mortos, disse fonte judicial. De acordo com a mesma fonte, o vereador de Transportes da autarquia, Manuel Rocha, e o presidente do Aeroclube da Costa Verde, Jorge Pinhal, foram igualmente constituídos arguidos. O acidente ocorreu a 26 de Junho de 2005, quando uma aeronave ligeira e um automóvel colidiram no cruzamento do Aeródromo Municipal de Espinho e de um acesso ao lugar da Praia, freguesia de Paramos.
Fonte: Lusa
segunda-feira, abril 09, 2007
MANUEL MONTEIRO EM AVEIRO
Manuel Monteiro ataca em Aveiro candidatura de Portas ao CDS-PP
Manuel Monteiro avisou hoje em Aveiro, onde Paulo Portas inicia a campanha para a liderança do CDS, que "a direita em Portugal não pode continuar a ser representada por pessoas que só a defendem quando é eleitoralmente vantajoso". Monteiro, líder do Partido da Nova Democracia (PND) e ex-líder do CDS/PP, afirmou à Lusa ter-se deslocado "propositadamente à cidade de Aveiro porque tem hoje início a campanha de eleições directas de Paulo Portas ao CDS/PP".
"A política precisa de pessoas credíveis que não sejam de direita hoje e amanhã de centro. Vim dar um testemunho à população de Aveiro e dizer que a direita em Portugal não pode continuar a ser representada por pessoas que só a defendem quando é eleitoralmente vantajoso", afirmou. "A população precisa de reflectir sobre as vantagens de apoiar políticos que não beneficiam o distrito. Aveiro precisa de dinheiro para construir barragens e nada foi feito nesse sentido", acrescentou.
Manuel Monteiro refere que "dois dos deputados eleitos por Aveiro são o actual presidente do PSD [Marques Mendes] e o futuro presidente do CDS/PP [Paulo Portas]". Confrontado com o facto de dar como certa a eleição de Portas para a liderança do partido, Manuel Monteiro emendou: "eventualmente futuro presidente do CDS/PP". "Estes dois políticos têm beneficiado da votação eleitoral de Aveiro e têm feito oposição à construção do futuro aeroporto da OTA, quando, em contraponto, foi o antigo governo PSD/CDS de Durão Barroso e Paulo Portas que mais pressão fez sobre Bruxelas para a sua construção", acrescentou. Relativamente à actual situação do CDS/PP, para Manuel Monteiro "não é novidade". "Vem dar-me razão pois quando saí não havia condições de liberdade de expressão, e mudavam mais depressa de posição do que as estações do tempo", disse.
Fonte: Lusa
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domingo, abril 08, 2007
NOVA DEMOCRACIA NA FEIRA
sexta-feira, abril 06, 2007
COMO E QUEM PAGA?
A construção da pista de remo do rio Novo do Príncipe, em Cacia, não é prioritária para o Governo, que está empenhado no lançamento da segunda fase do Centro Náutico de Montemor-o-Velho (distrito de Coimbra). A informação foi prestada pelo secretário de Estado do Desporto a uma delegação do Partido Nova Democracia (PND), chefiada por Jorge Ferreira, e foi confirmada, ao JN, por uma fonte autorizada do gabinete de Laurentino Dias.Jorge Ferreira disse, ao JN, que Laurentino Dias afirmou que dará parecer negativo ao financiamento da construção da pista de remo, mesmo que a Câmara Municipal de Aveiro candidate o financiamento da obra a programas dos ministérios do Ambiente e da Agricultura. "O parecer da Secretaria de Estado do Desporto é necessário e vinculativo para projectos de outros ministérios, desde que tenha a ver com infra-estruturas desportivas, de acordo com a nova Lei de Bases do Desporto que foi aprovada na Assembleia da República, e o secretário de Estado disse-nos que dará parecer positivo", adiantou Jorge Ferreira. Pista sem prioridadeUma fonte do gabinete de Laurentino Dias não quis confirmar aquela posição do secretário de Estado do Desporto, explicou que se tratou de uma "audiência privada", mas adiantou que a pista de remo e canoagem de Cacia não é prioritária para o Governo "como desde há dois anos é do conhecimento da Câmara Municipal de Aveiro". O presidente da autarquia aveirense, Élio Maia, remete-se ao silêncio, sendo certo que tem agendada para a próxima semana a primeira reunião, desde que foi eleito, com Laurentino Dias - um encontro que tinha sido pedido já em Dezembro. "Gostaríamos de saber como é que a Câmara Municipal de Aveiro, que não tem dinheiro e nem sabe que dívidas tem, vai construir a pista como anunciou", disse, ao JN, Jorge Ferreira, que salientou que o protocolo assinado com o ex-secretário de Estado "não tem qualquer valor jurídico".
Pista com dois quilómetros
A pista tem dois quilómetros de comprimento e 141 metros de largo. As infra-estruturas hidráulicas foram adjudicadas em Outubro por mais de 11,5 milhões de euros. Devem ter início em Maio e a duração de 15 meses .
Questão de "honra e orgulho"
O actual presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia, herdou o projecto do seu antecessor, Alberto Souto, e assume a construção da pista como uma "questão de honra e de orgulho".
Fonte; Jesus Zing, no Jornal de Notícias
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BRINCAR COM O POVO
(FPR)
A construção da pista de remo de Rio Novo do Príncipe é um mostruário de como se pode brincar com o povo, brincar com a política nobre, no sentido de servir o bem público. Sucessivas gerações de políticos do PS, do PSD e do CDS andaram a fazer promessas e cenas públicas, sem consistência nem credibilidade. Assim uma espécie de circo para os jornalistas andarem entretidos.
Aveiro é o sítio onde deve existir um centro náutico de excelência. Ninguém de bom senso se atreve a discuti-lo. O Rio Novo do Príncipe tem condições naturais únicas para o efeito. Aveiro tem a tradição, tem os atletas, tem os clubes, tem os campeões. Só não tem, pelos vistos, dinheiro.
Desde 1999 que vários políticos andam a brincar com coisas sérias.
Vem um Governo socialista e faz um protocolo com um autarca socialista de Aveiro a prometer a pista em Aveiro. Vem o Governo socialista seguinte e dá dinheiro a outro autarca socialista de Montemor para construir um tanque para fazer uma pista de remo a 50 quilómetros de distância do local onde o protocolo previa.
Nesse local não há atletas, não há clubes, não há tradição, só há mato, só há lobby e, pelos vistos, dinheiro. Gasta-se um milhão e meio de contos de dinheiro público, com ajuda do Estado, do mesmo Estado que tinha prometido noutro sítio, a fazer uma pista artificial no meio do mato, onde ainda hoje não há bancadas, balneário, sítio para pôr os barcos, onde os atletas se equipam nas traseiras dos carros e quem quiser assistir a uma corridinha traz um banquinho lá de casa.
Vem um Governo PSD-CDS, que sabe obviamente do que aconteceu já em Montemor, sabe que já lá se enterrou um milhão e meio de contos, no meio do mato, e faz outro protocolo, um novo protocolo, um segundo protocolo, com o mesmo autarca socialista que assinou o anterior e que foi passado para trás pelo seu próprio partido. Este protocolo diz exactamente o mesmo que dizia o anterior. Será em Aveiro a pista. Não foi.
Entretanto, os socialistas saem da Câmara e voltam ao Governo. O PSD e o CDS saiem do Governo e chegam à Câmara e querem cobrar a promessa. Os novos socialistas do Governo recusam dar um cêntimo para a pista de Rio Novo do Príncipe, argumentando que estando já um milhão e meio enterrado nas matas de Montemor não faz sentido gastar em Aveiro, onde por sinal não é preciso o tanque que se fez em Montemor, mas apenas infra-estruturas.
O protocolismo é a doença infantil da política barata para encher o olho dos cidadãos e uma sala com a comunicação social.
O PSD e o CDS da Câmara de Aveiro, que nem com calculadora de supermercado conseguem apurar quanto deve a Câmara, a não ser que é muito, decidem lançar o concurso para a obra. Por junto têm prometido um financiamento de cerca de 45% do custo da primeira fase do projecto, de uma empresa.
Os autarcas actuais, sentindo que precisam urgentemente de mostrar qualquer coisa aos eleitores, julgam então que será possível fintar a obstinação do secretário de Estado do Desporto, entrando pelo ministério do Ambiente, considerando a valência ambiental do projecto. Azar dos Távoras: muda a lei do desporto e agora qualquer equipamento desportivo, entre pelo guichet governamental que entrar carece de parecer prévio positivo da Secretaria de Estado do Desporto. Que não será dado.
Conclusão: o concurso foi lançado sem saber quem paga e onde está o dinheiro para pagar. À portuguesa. Através da técnica do facto consumado. A obra faz-se, quem paga logo se vê, o último a sair que apague a luz e feche a porta. Todos sabemos onde isto vai dar.
Queremos acreditar que as coisas não sejam assim. Queremos acreditar que Élio Maia terá financiamento assegurado para a obra. Do Estado não será certamente. Queremos acreditar que já não é possível continuar a brincar com o povo, num carrossel de protocolos inconsequentes para encher o olho e não fazer nada.
No meio disto tudo é Aveiro que perde, que fica para trás, com a complacência alegre do famoso lobby de Aveiro que todos têm prometido e ninguém tem conseguido fazer.
Uma tristeza.
Aveiro é o sítio onde deve existir um centro náutico de excelência. Ninguém de bom senso se atreve a discuti-lo. O Rio Novo do Príncipe tem condições naturais únicas para o efeito. Aveiro tem a tradição, tem os atletas, tem os clubes, tem os campeões. Só não tem, pelos vistos, dinheiro.
Desde 1999 que vários políticos andam a brincar com coisas sérias.
Vem um Governo socialista e faz um protocolo com um autarca socialista de Aveiro a prometer a pista em Aveiro. Vem o Governo socialista seguinte e dá dinheiro a outro autarca socialista de Montemor para construir um tanque para fazer uma pista de remo a 50 quilómetros de distância do local onde o protocolo previa.
Nesse local não há atletas, não há clubes, não há tradição, só há mato, só há lobby e, pelos vistos, dinheiro. Gasta-se um milhão e meio de contos de dinheiro público, com ajuda do Estado, do mesmo Estado que tinha prometido noutro sítio, a fazer uma pista artificial no meio do mato, onde ainda hoje não há bancadas, balneário, sítio para pôr os barcos, onde os atletas se equipam nas traseiras dos carros e quem quiser assistir a uma corridinha traz um banquinho lá de casa.
Vem um Governo PSD-CDS, que sabe obviamente do que aconteceu já em Montemor, sabe que já lá se enterrou um milhão e meio de contos, no meio do mato, e faz outro protocolo, um novo protocolo, um segundo protocolo, com o mesmo autarca socialista que assinou o anterior e que foi passado para trás pelo seu próprio partido. Este protocolo diz exactamente o mesmo que dizia o anterior. Será em Aveiro a pista. Não foi.
Entretanto, os socialistas saem da Câmara e voltam ao Governo. O PSD e o CDS saiem do Governo e chegam à Câmara e querem cobrar a promessa. Os novos socialistas do Governo recusam dar um cêntimo para a pista de Rio Novo do Príncipe, argumentando que estando já um milhão e meio enterrado nas matas de Montemor não faz sentido gastar em Aveiro, onde por sinal não é preciso o tanque que se fez em Montemor, mas apenas infra-estruturas.
O protocolismo é a doença infantil da política barata para encher o olho dos cidadãos e uma sala com a comunicação social.
O PSD e o CDS da Câmara de Aveiro, que nem com calculadora de supermercado conseguem apurar quanto deve a Câmara, a não ser que é muito, decidem lançar o concurso para a obra. Por junto têm prometido um financiamento de cerca de 45% do custo da primeira fase do projecto, de uma empresa.
Os autarcas actuais, sentindo que precisam urgentemente de mostrar qualquer coisa aos eleitores, julgam então que será possível fintar a obstinação do secretário de Estado do Desporto, entrando pelo ministério do Ambiente, considerando a valência ambiental do projecto. Azar dos Távoras: muda a lei do desporto e agora qualquer equipamento desportivo, entre pelo guichet governamental que entrar carece de parecer prévio positivo da Secretaria de Estado do Desporto. Que não será dado.
Conclusão: o concurso foi lançado sem saber quem paga e onde está o dinheiro para pagar. À portuguesa. Através da técnica do facto consumado. A obra faz-se, quem paga logo se vê, o último a sair que apague a luz e feche a porta. Todos sabemos onde isto vai dar.
Queremos acreditar que as coisas não sejam assim. Queremos acreditar que Élio Maia terá financiamento assegurado para a obra. Do Estado não será certamente. Queremos acreditar que já não é possível continuar a brincar com o povo, num carrossel de protocolos inconsequentes para encher o olho e não fazer nada.
No meio disto tudo é Aveiro que perde, que fica para trás, com a complacência alegre do famoso lobby de Aveiro que todos têm prometido e ninguém tem conseguido fazer.
Uma tristeza.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
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terça-feira, abril 03, 2007
RIO NOVO DO PRÍNCIPE
(foto do sítio da Junta de Freguesia de Cacia)
A Nova Democracia é recebida amanhã, quarta-feira, dia 04 de Abril, pelo Secretário de Estado do Desporto, Dr. Laurentino Dias, para tratar do assunto relativo ao financiamento da construção da pista de remo de Rio Novo do Príncipe.
MEMÓRIAS
domingo, abril 01, 2007
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