quarta-feira, outubro 28, 2009

FURACÃO NA RIA

O empresário Manuel Godinho foi a pessoa detida no âmbito da operação realizada, esta quarta-feira, pela PJ em vários pontos do país, numa investigação relacionada com um grupo empresarial da zona de Aveiro, disse à agência Lusa fonte policial. No decurso da operação foram efectuadas cerca de 30 buscas, domiciliárias e a postos de trabalho, e 12 pessoas foram constituídas arguidas. Entretanto, em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) precisou que a «investigação em curso tem como objecto a actividade de um grupo empresarial, da zona de Aveiro, que, através de um esquema organizado, terá sido beneficiado na adjudicação de concursos e consultas públicas, na área de recolha e gestão de resíduos industriais». Na acção, que contou com investigadores das Directorias do Centro, de Lisboa e Vale do Tejo, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e elementos da Unidade de Telecomunicações e Informática (UTI) da PJ, foram «apreendidos elementos com interesse probatório», adianta a Judiciária. «Foi detido um indivíduo e foram constituídos doze arguidos, a quem foi determinada a apresentação, oportunamente, às autoridades dudiciárias para interrogatório e aplicação das medidas coactivas tidas por pertinentes», refere também a PJ. A operação foi desencadeada pela PJ, através do Departamento de Investigação Criminal de Aveiro, em «perfeita articulação» com o Ministério Público no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Baixo Vouga, tendo a acção abrangido locais como Aveiro, Ovar, Santa Maria da Feira, Lisboa, Oeiras, Sines, Alcochete, Faro, Ponte de Sôr e Viseu.

Fonte: TSF.

terça-feira, outubro 20, 2009

FUTURO INCERTO

O Beira-Mar continua sem solução directiva, depois de hoje terem falhado as tentativas de entendimento para formar uma nova Comissão Administrativa, informou o presidente da Assembleia-Geral do clube. Na magna reunião que contou com a presença de 85 sócios, Artur Moreira explicou que "os esforços estavam a ir no bom sentido, mas surgiram imprevistos de última hora". "Não baixámos os braços mas surgiram uns grãos da areia na engrenagem" acrescentou, sem especificar, os motivos que estiveram na base do impasse directivo, que se mantém desde o cessar de funções da anterior CA, a 08 de Outubro. Artur Moreira advertiu que "está em jogo a decisão sobre o futuro do Beira-Mar", assinalando que "a situação do clube é de muita gravidade". O presidente da Mesa da Assembleia-Geral convocou nova reunião de sócios para o dia 30 de Outubro, data-limite para encontrarem uma nova liderança, sob pena de avançar uma comissão liquidatária para o clube "auri-negro".

Fonte: Lusa.

domingo, outubro 18, 2009

BOM RUMO

Quatro anos de bom rumo, de boa gente. Parabéns ao António e que continue a aroucar a bloga por muitos e bons.

terça-feira, outubro 06, 2009

06 DE OUTUBRO DE 1957


Realizava-se, sob a vigilância da PIDE, polícia política do regime, o I Congresso Republicano de Aveiro, presidido por António Luís Gomes, ministro do Fomento no primeiro Governo da I República.

sexta-feira, outubro 02, 2009

NOVO PODER AUTÁRQUICO: PRECISA-SE!


No dia 11 de Outubro encerra-se o exigente ciclo eleitoral de 2009. O país poderá finalmente descansar de tempos de antena, de outdoors, de promessas. Depois das eleições para o Parlamento Europeu de Junho e das eleições para a Assembleia da República de Setembro, realizam-se agora as eleições autárquicas.

O momento político do país não é dos mais propícios para o debate de fundo e a reflexão séria sobre o funcionamento dos mecanismos institucionais da democracia. A situação pantanosa em que mergulhou a política portuguesa, agravada nos últimos dias pelos resultados das eleições legislativas e pelo conflito aberto entre Cavaco Silva e José Sócrates, não deixa espaço para esse tipo de debate político e, sabe-se bem, as campanhas eleitorais servem para tudo menos para discutir ideias. Elas são hoje o terreno privilegiado das agências de comunicação, dos golpes baixos, das discussões sobre os estilos, e, desgraçadamente da exibição das mediocridades em exercício por esse país fora.

Nos mecanismos institucionais da democracia, assumem particular relevância as autarquias locais. E o país precisa de fazer esse debate sobre o futuro das autarquias e o que podem e devem os cidadãos esperar delas. O actual modelo de gestão autárquica está desacreditado e esgotado e a saúde da democracia exige uma reforma das autarquias e dos seus modos de funcionamento.

A campanha em curso promete, aliás, reforçar a caricatura em vez de criar confiança. A tendência é para fazer anedotário do detalhe pitoresco em detrimento da discussão política genuína. O país goza com as rotundas ao domicílio, que, em delírio arquitectónico já vi alguns considerar como património cultural, ri-se do ridículo de alguns cartazes, enoja-se com a promiscuidade dos autarcas com os empreiteiros e fica sem reacção perante a boçalidade dos mecanismos da compra de votos à brasileira, como por exemplo a oferta de bilhetes para ver o Tony Carreira, assim promovido a digno sucessor dos antiquados e ora caídos em desgraça electrodomésticos.

O projecto autárquico fundador da democracia portuguesa já cumpriu, aliás, com relativo mas indiscutível sucesso os seus objectivos iniciais e necessita agora de um novo rumo, de novos objectivos e de uma nova estratégia, o que, evidentemente exige uma nova forma de organização institucional e política.

Nestes trinta e cinco anos de vida “os autarcas afirmaram-se como contratadores de empreiteiros porque o poder central assim o quis. Sem autonomia fiscal ou financeira, sem competências substantivas em áreas como a educação ou a justiça, o seu mandato concentrou-se na construção de infra-estruturas e de equipamentos. O seu sucesso nesta empreitada foi inequívoco: depois de 1976, o saneamento básico, os arruamentos e a electrificação avançaram a um ritmo impressionante, fazendo com que muitos encarassem o poder local como a melhor conquista do 25 de Abril. Com o crescimento económico, a lógica do betão acabaria também por ser aplicada para a obtenção de mais fundos próprios. As licenças de construção tornaram-se a mina de ouro das finanças municipais e foco permanente de conflitos de interesses e de corrupção.”, escreveu esta semana, com inteira propriedade, Manuel Carvalho, no Público.
Hoje, o país está recheado de câmaras municipais endividadas, que reproduzem em miniatura os padecimentos do Estado e da administração central. Os costumes políticos degradaram-se. O clientelismo, a corrupção, o desperdício, a burocracia tomaram conta dos aparelhos administrativos e políticos autárquicos.

A lógica essencial da política autárquica ainda assenta nas construções e obras públicas. Esta lógica tem de ser substituída pela lógica da gestão. De pessoas, de grupos, de recursos. Para isso é necessário descentralizar competências e recursos. Existem bons exemplos de atracção de investimentos, de atracção de empresas, mas são excepções.

E é necessário um novo código de conduta política autárquica. A limitação de mandatos que entrará em vigor nas próximas eleições ajudará. Mas os candidatos bailarinos, que dançam com vários partidos consoante a música eleitoral, os autarcas condenados que reincidem no exercício de novos mandatos, os autarcas suspeitos de beneficiar e prejudicar consoante as vantagens que obtêm, têm de dar lugar a um novo modelo de autarca que restaure a credibilidade perdida.
O país precisa de um poder autárquico forte e credível. Sobretudo em momentos de ruptura social como são os que vivemos, as autarquias têm uma nobre e essencial missão a desempenhar na preservação dos equilíbrios sociais. Mas precisa também de autarcas com uma nova visão estratégica do desenvolvimento. A era do “parque industrial” passou. E, satisfeitas que estão as carências básicas das populações, o poder autárquico ou se reinventa ou se torna uma mera forma de gastar dinheiro dos contribuintes, sem utilidade.

Tudo o que fica dito aplica-se que nem uma luva a Aveiro. É só pôr as legendas com os nomes por baixo de cada frase.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)