segunda-feira, janeiro 29, 2007

29 DE JANEIRO DE 1938


Sai o primeiro número de O Tempo, dirigido por José Estêvão.

domingo, janeiro 28, 2007

NOVA DEMOCRACIA EM ÍLHAVO



José Gamelas é o novo Coordenador Concelhio da Nova Democracia em Ílhavo.

HISTÓRIAS DE AVEIRO (22)


(D. João Evangelista de Lima Trindade)

28 de Janeiro de 1940: conhecida em Aveiro a nomeação de D. João Evangelista de Lima Vidal como bispo da Diocese, as autoridades locais e o povo quase espontaneamente prestaram uma significativa homenagem ao virtuoso prelado e insigne aveirense (Correio do Vouga, 3-2-1940) – J.

HISTÓRIAS DE AVEIRO (21)


(Foto de Raul Marques de Almeida)

28 de Janeiro de 1937 : uma cheia de invulgares proporções alagou a parte baixa da cidade de Aveiro (Arquivo, III, pgs. 156 e 267) – J.

HISTÓRIAS DE AVEIRO (19)

28 de Janeiro de 1905: abriu ao público, em Cacia, a estação dos correios que, em 5 de Novembro de 1942, seria elevada à categoria de estação regional (Ecos de Cacia, 9-9-1967) – J.

HISTÓRIAS DE AVEIRO (20)

28 de Janeiro de 1882: um grupo de aveirenses beneméritos resolveu fundar uma corporação de bombeiros, que tomou o nome de «Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Aveiro» (Humanitária, 1957, pg. 7) – J.

HISTÓRIAS DE AVEIRO (18)

28 de Janeiro de 1849: faleceu no Porto D. Frei António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva, bispo eleito de Aveiro, que não obtivera a confirmação pontifícia (Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, Tomo IV, Parte IV, 1921, pg. 52) – J.

HISTÓRIAS DE AVEIRO (17)

28 de Janeiro de 1727: de uma escritura desta data, feita em Lisboa a Manuel Fernandes e outros, de Eixo, conclui-se que a primitiva «igreja velha» dessa freguesia era no sítio onde hoje se encontra a capela de Nossa Senhora da Graça (Venâncio Dias de Figueiredo Vieira, em Boletim Municipal de Aveiro, n.º 3, pg. 33) – J.

HISTÓRIAS DE AVEIRO (16)

28 de janeiro de 1607: o provedor e os mesários da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro assentaram em que a «casa da Misericórdia se forrasse toda por dentro de azulejos, para o que foi logo chamado Matias Fragoso, de Lisboa, que estava na cidade de Coimbra e era mestre de ladrilhos», e «com o qual se contratou fazer cada braça de dez palmos de quadrado, do mesmo feitio do de Santa Cruz de Coimbra, de cor, branco e verde, pelo preço de dez cruzados». Este contrato não foi avante, talvez por entendimento entre as partes; mais tarde, em 4 de Janeiro de 1609, seria feito novo contrato (Arquivo da Misericórdia de Aveiro, livro 359, Dinheiro e Gastos da Nova Casa; Amaro Neves, Azulejaria Antiga em Aveiro, pg. 58; Arquivo, VI, pg. 144) – J.

HISTÓRIAS DE AVEIRO (15)

28 de Janeiro de 1577: El-Rei D. Sebastião ordenou ao provedor da Comarca de Coimbra que se deslocasse à vila de Aveiro e se informasse do modo como os pescadores pagavam o mordomado e dízimo do pescado ao fidalgo Francisco de Tavares, averiguando se recebiam por isso algum vexame ou se pagavam mais do que aquilo a que eram obrigados pelo foral (Tombo da Confraria de Santa Maria de Sá, fls. 79v-80; Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 88-89) – A.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

IMPORTA-SE DE REPETIR?

No debate mensal desta semana na Assembleia da República o tema da corrupção provocou alterações climatéricas entre José Sócrates e Marques Mendes. Registe-se, desde logo, a enorme estranheza deste aquecimento particular e especial entre dois políticos que há bem pouco tempo anunciaram ao país que se tinham entendido num pacto para a Justiça, na qual, como é óbvio, o combate à corrupção deveria ocupar lugar central, mais ou menos como o lugar que o bloco PS-PSD, acolitado nas migalhas pelo CDS, ocupa na política portuguesa.

A verdade é que o célebre pacto faz silêncio sobre o assunto. O que pode significar duas coisas. Uma, que há discordância entre PS e PSD sobre o combate à corrupção. Outra, que nenhum deles está interessado em pôr as mãos no lume.

Ora, a avaliar pelos registos da comunicação social, parece que as dunas governamentais foram acometidas de uma maré cheia, baptizada de maré Cravinho pelos serviços de meteorologia política nacionais. As ondas invadiram a bancada do Governo, vários ministros tiveram de arregaçar as calças e o próprio Primeiro-Ministro parece que teve de recorrer aos serviços de Protecção Civil, os quais, por uma vez, responderam em tempo oportuno à intempérie, evitando para já, pelo menos, danos nas dunas governamentais.

No calor da invasão oceânica, eis que José Sócrates, decide desembainhar o argumento fatal para responder às ondas: a maior prova de que este Governo está seriamente e insuspeitadamente empenhado no combate à corrupção é que foi precisamente com este Governo que Maria José Morgado foi nomeada para uma investigação importante na área da corrupção, enquanto durante os Governos PSD/CDS ela foi obrigada a demitir-se da Polícia Judiciária, por suposta e alegadamente não ter condições para prosseguir investigações que poderiam beliscar alguns destacados líderes dessa coligação.

Esta afirmação do Primeiro-Ministro é deveras preocupante, embora a sua extrema gravidade, como de costume, tenha passado despercebida da comunicação social. O Governo interferiu na nomeação de Maria José Morgado? O Governo foi ouvido na nomeação de Maria José Morgado? Ao Governo foi pedida autorização para a nomeação de Maria José Morgado? O Governo foi sondado, consultado, auscultado, ainda que informalmente, sobre a decisão do Procurador-Geral da República? A resposta de José Sócrates a Marques Mendes indicia que sim. A lei impõe que não. A política compreende e saúda que sim. Enquanto quem não tem medo de combater a corrupção estiver entretida com a corrupção desportiva, a corrupção política, muito mais grave e perniciosa, pode dormir descansada. Como a lei impõe que não, brandir o nome de Maria José morgado como atestado de preocupação anti-corrupção por José Sócrates daria vontade de rir, se não fosse grave. E revela, acima de tudo, a vaga de demagogia barata de que o Primeiro-Ministro, certamente intimidado pela vastidão das alterações climatéricas, se encontra possuído.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

sexta-feira, janeiro 19, 2007

O PAÍS ADIADO

Há quem se prepare, sobretudo no PS, mas também no PSD e no CDS para desencadear um processo conducente à realização de um novo referendo sobre a regionalização. Obviamente que essa iniciativa será tomada depois da realização do referendo sobre o aborto e os defensores do novo referendo sobre a regionalização aguardam que o Sim ganhe em 11 de Fevereiro para reivindicar com acrescida convicção o novo referendo da regionalização. Afinal, dirão, se o país mudou de posição no aborto também pode mudar na regionalização.

Para aqueles que, como eu, acham ridículo, caro, despesista e ineficiente regionalizar um PIB do tamanho do da Catalunha, a descentralização ganha maior sentido e urgência a partir da coordenação e do associativismo municipal.

Uma das coisas boas que o PSD fez no Governo foi criar um modelo de descentralização. Com defeitos é certo, mas quem decide corre sempre o risco de os ter. Não era um modelo perfeito, mas também tenho dúvidas de que existam modelos perfeitos. Tinha a vantagem de assentar na vontade dos municípios. O PS chegou ao poder e tudo parou. Nem regiões, nem comunidades, nem áreas metropolitanas, nem nada.

As consequências desta situação são o atraso do desenvolvimento do país e o reforço da centralização administrativa, o mesmo é dizer, a concentração das decisões relativas à utilização dos recursos nas mãos do Governo.

É neste contexto que devem ser analisadas as declarações desta semana de Ribau Esteves relativamente à suspensão do processo de extinção da Associação de Municípios da Ria, alertando para a «indefinição» em torno do novo modelo de associativismo intermunicipal

A criação da Grande Área Metropolitana de Aveiro (GAMA) deveria resultar na extinção da AMRia, o que ainda não se consumou devido à «indefinição sobre a nova legislação do associativismo municipal, que continua à espera de publicação». Esta é uma das principais preocupações da associação que agrupa 11 municípios da AMRia, que se reuniu esta semana em Assembleia Intermunicipal para aprovar as actividades e o orçamento para 2007.

A «estruturação final» e o início da «gestão e utilização» do novo pacote de fundos comunitários inscritos no Quadro de Referência Estratégica Nacional, a vigorar entre 2007 e 2013, será a actividade central da AMRia durante 2007. A associação irá «apoiar os municípios e a região da Ria de Aveiro a colocar-se em boa posição para aproveitar a nova oportunidade de apoio ao investimento», assegura Ribau Esteves.

A «implementação urgente» de um novo modelo de gestão integrada da Ria de Aveiro é uma batalha antiga da AMRia que volta a não ser esquecida em 2007. A AMRia propõe-se ainda inetrpelar o Governo no sentido de acelerar a criação de um «mecanismo racional e institucionalmente forte» vocacionado para a administração «autónoma e integrada» da laguna, no seguimento do trabalho que tem vindo a ser efectuado junto do Instituto da Água.

A execução dos projectos previstos no Plano Intermunicipal de Ordenamento da Ria de Aveiro – documento que esteve em consulta pública até ontem, faltando ainda a sua «aprovação formal e final» – é outra das prioridades para 2007.

Nesse sentido, será elaborado em parceria com a GAMA um «plano de intervenção qualificadora» da laguna aveirense tendo por base aquele estudo, perspectivando-se o financiamento das acções previstas através de fundos comunitários.

A falta de uma autoridade de gestão da Ria é uma omissão política da maior gravidade. Os problemas avolumam-se e a indefinição é boa para quem se pretende aproveitar da ausência de estratégia e de rumo na gestão da ria. Também aqui o PS parou no tempo. Os problemas é que não.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

quinta-feira, janeiro 18, 2007

PORTO SEM FUNDO

O Tribunal de Contas detectou derrapagens de 3,2 milhões de euros em duas empreitadas realizadas no porto de Aveiro e terminadas em 2004, segundo o relatório de auditoria hoje divulgado pela entidade que fiscaliza as contas públicas. A construção do Terminal Ro-Ro custou 15,7 milhões de euros, mas esse valor ficou 22 por cento acima do orçamentado inicialmente, diz o tribunal presidido por Guilherme d'Oliveira Martins. Fazendo as contas, o desvio é de 2,8 milhões de euros. Na mesma altura, o Tribunal detectou uma derrapagem do orçamento no investimento feito na construção do Terminal Especializado de Descarga de Pescado (TEDP) de nove por cento, o equivalente a 440 mil euros. Somados os dois desvios, a derrapagem total atingiu os 3,2 milhões de euros. No final de 2006, este terminal TEDP ainda não estava em funcionamento, refere o Tribunal de Contas, situação que considera "inexplicável" e que tem "afectado gravemente" a actividade portuária e da indústria ligada às pescas. A auditoria hoje divulgada diz respeito aos anos de 2002 a 2005. O porto de Aveiro, sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, com uma quota de 5 por cento do tráfego total dos portos portugueses, registou em 2005 um volume de negócios de 7.699 mil euros, relativo a 3,3 milhões de toneladas de mercadorias e 14,9 mil toneladas de peixe. à semelhança do que se passou para outros portos do Continente, o Tribunal de Contas chama à tenção para o facto do governo não ter definido linhas de orientação estratégicas para a administração do porto de Aveiro, nem objectivos de gestão ou formas de avaliação do seu desempenho. Isto significa que o accionista público "se demitiu de exercer as suas competências e de assumir as responsabilidades que lhe estavam legalmente fixadas", acrescenta a instituição.
Fonte: Lusa

sexta-feira, janeiro 12, 2007

A IMAGEM

A Câmara Municipal de Aveiro tomou uma decisão. O facto em si mesmo, é notícia, sabendo-se como decidir é um dos principais problemas deste Executivo CDS/PSD/PEM. Decidir parece ser coisa que custa fazer. Tudo demora muito tempo em Aveiro. Por isso o atraso se vai acentuando e os problemas que compete à autarquia resolver se vão arrastando.

Mas, enfim, chegou uma decisão. Aveiro passou a ter uma imagem de marca. Excelente ideia. A Câmara adoptou uma nova imagem de marca, que passa a figurar na comunicação da autarquia, antecedendo a apresentação pública oficial na Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorre entre os dias 24 e 28 deste mês de Janeiro.

A Marca Aveiro apresenta Aveiro como um município da água, da luz, cor, o moliceiro, a inovação. Acompanhada com nova imagem, a Câmara arranca com a nova Marca na BTL onde irá promover as «salas e equipamento de qualidade que aqui existem, em particular o Centro de Congressos de Aveiro».

A nova marca resulta de um estudo técnico científico, por Hugo Magalhães, incluída numa tese final de licenciatura do Departamento de Economia da Universidade de Aveiro e a imagem visual foi desenvolvida no Gabinete de Design da Câmara, por João Portugal.Até aqui, nada a opor. O problema é que a imagem das instituições hoje depende de muitos e variados factores, que entram directamente na vida dos cidadãos no seu dia-a-dia e por muito bons desenhos que se façam, nenhum deles resiste a uma realidade adversa. Por outras palavras, não existe bom marketing de mau produto.E aqui, Aveiro tem problemas graves, que compete à Câmara nuns casos evitar, noutros resolver. E nem nuns nem noutros os exemplos são bons.

Esta semana, assistimos à continuação do concurso público de adivinhação do montante da dívida municipal, com um autarca do PSD a avançar para os 300 milhões. Entendam-se lá na maioria, por favor. Deixem é de brincar à tabuada. Não há pior imagem de marca do que mostrar que nem a nossa casa se conhece. E quem não conhece a sua não pode almejar a governar a vida dos outros.

A Câmara decidiu reduzir o número de sessões mensais. Outra decisão. Mas má. Parece existir uma vertigem de segredo em Aveiro. A maioria CDS/PSD/PEM faz em Aveiro o que o Governo do PS faz a nível nacional. Tenta a todo o custo silenciar as oposições, convive mal com o contraditório e detesta ter de dar explicações sobre o que faz e o que não faz. O Plano de Urbanização, que se arrasta há anos, vai continuar a arrastar-se.Ora, não há emblema gráfico que resista a tanto mau exemplo. A marca de Aveiro não é hoje, infelizmente, a que devia e podia ser.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

quinta-feira, janeiro 11, 2007

quarta-feira, janeiro 10, 2007

A CRISE DO BEIRA-MAR


O Beira-Mar vive uma indisfarçável crise. Um assunto que tem implicações para além da dimensão meramente desportiva. A acompanhar aqui e aqui. Dois ilustres beira-marenses pronunciam-se.

OS MAUS EXEMPLOS

"O Estado não foge à regra nem dá o exemplo em matéria de endividamento. No último Semanário Económico, foi-nos dado a conhecer que o Estado e as autarquias devem mais de 2000 milhões de euros às empresas. Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz, Guarda, Maia e Vila do Conde, são autarquias com um prazo médio de pagamentos que já atinge os 13 meses e, em casos limite, atingem mesmo os dois anos. Vítor Bento, Presidente da SIBS, afirmou a semana passada que «Portugal é um caso preocupante em termos de défice externo» e considerou mesmo que «se trata em termos relativos, do maior défice externo do mundo. O país só não corre o risco de catástrofe porque está no euro. Mas a situação terá consequências, uma das quais poderá ser a perda do domínio da economia portuguesa»."

Susana Barbosa, no Democracia Liberal.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

BOM CONSELHEIRO



Nuno Júdice pode revelar-se precioso para o Vereador da Cultura da Camara Municipal de Aveiro. Dada a sua experiência como Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal e Director do Instituto Camões, em Paris e comissário para a área da Literatura de «Portugal como país-tema da 49.ª Feira do Livro de Frankfurt», bem pode dar uma mãozinha para ajudar a fazer uma Feira do Livro decente em Aveiro.

CARP DIEM

Poema de Nuno Júdice, patrono do novo Prémio de Poesia instituído pela Camara Municipal de Aveiro e que misteriosamente parece ter sido escrito a pensar na situação do actual Executivo municipal... Aqui o deixo com dedicatória amiga a Élio Maia.
Confias no incerto amanhã? Entregas
às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma
substitua o riso claro de um corpo
que te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos,
os instantes; e nos lábios dessa que amaste
morre um fim de frase, deixando a dúvida
definitiva. Um nome inútil persegue a tua memória,
para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém,
nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias;
e abraças a própria figura do vazio. Então,
por que esperas para sair ao encontro da vida,
do sopro quente da primavera, das margens
visíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigará
à renúncia de mim próprio --- nem esse olhar
que me oforece o leito profundo da sua imagem!"
Louco, ignora que o destino, por vezes,
se confunde com a brevidade do verso.
Nuno Júdice

QUANDO A CONTABILIDADE É POESIA

Provavelmente Élio Maia não tem consciência do triste espectáculo que a Câmara de Aveiro está a dar ao país. Provavelmente, é pessoa de contas certas e ideias seguras. Provavelmente é bem intencionado e devoto das aventuras do espírito. Tudo isto ao mesmo tempo. Assim se perceberá que ao mesmo tempo que numa louvável iniciativa cultural a Câmara Municipal de Aveiro tenha criado o Prémio de Poesia Nuno Júdice, não consiga alcançar uma coisa simples, que é calcular decentemente uma dívida. O Prémio de poesia será pago em dinheiro. Serão as contas municipais um poema?

Ora aí está: em Aveiro, também a contabilidade é poesia. Aliás, sabe-se como o emérito exército dos Poetas está cheio de soldados contabilistas, bastando por todos citar o caso universal de Fernando Pessoa. A contabilidade é por certo ciência árida e sem encanto para lá dos números. E já Jesus Cristo não percebia nada de finanças nem consta que tivesse biblioteca. A ciência do deve e do haver pode perfeitamente navegar em mar alto, à vista, ou pelo litoral, ao sabor dos ventos, dos dias e da inspiração dos contadores, dos auditores, dos vereadores.

Que é feito dos resultados do trabalho da Inspecção-Geral de Finanças? Que é feito das auditorias adjudicadas, readjudicadas, encomendadas, reencomendadas, recauchutadas, pedidas pela Câmara, por iniciativa do gastador mor que foi o PS? Que é feito de mais de um ano de mandato sem se saber quanto deve a Câmara? Como pode uma Câmara fazer orçamentos, apresentar projectos, definir objectivos, construir pistas de remo, arranjar o que quer que seja, sem saber que dinheiro deve e que dinheiro tem?

Já cheira mal esta história da dívida municipal em Aveiro. Uma empresa gerida assim já teria falido. Uma família gerida assim já seria cliente do banco do micro-crédito. Isto só não acontece com a Câmara porque em Portugal o que se exige aos cidadãos nem o Estado nem as autarquias cumprem, dando assim um exemplo de laxismo e de incompetência que contamina a economia e a sociedade. Estão habituados a viver com o dinheiro dos outros e à conta do dinheiro dos outros. Mau princípio.

A novela da dívida convém à situação e à oposição. À situação porque vai explorar até à náusea a responsabilidade do PS no gasto. Ao PS porque descobriu o filão da avaria da calculadora municipal e não larga o osso. Assim se evita discutir o que é importante. A irresponsabilidade de uns e a incompetência de outros. Um optimista remataria: nas próximas eleições é que vai ser, tudo corrido ao voto popular. Infelizmente tal não parece vir a suceder. Não há realidade mais democrática que o eleitorado. Até no masoquismo. Resta, além da poesia, o humor. Não esquecerei a melhor mensagem da Ano Novo recebida no meu telemóvel, enviada por um amigo aveirense: “que a nossa amizade seja como a dívida da Camara de Aveiro: tenha um valor incalculável e aumente de dia para dia! Feliz Ano 2007."
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

quinta-feira, janeiro 04, 2007

GALITOS

Por gentil chamada de atenção, que desde já agradeço, do António Granjeia, Presidente do Galitos, foi corrigido o respectivo link na coluna à direita.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

ANO NOVO, DÍVIDA VELHA

Aveiro entrou no Ano Novo sem luz, sem alegria, sem projectos, sem dinheiro e pior que tudo sem esperança. Volvido um ano sob a governação de Élio Maia, um independente totalmente dependente da coligação que representa, Aveiro viu a sua dívida aumentada em cerca de 100 milhões de euros sem saber porquê. A dívida da autarquia acumulada pelo anterior executivo socialista em cerca de 150 milhões de euros, foi situada no final do ano de 2006 pelo próprio Presidente da Câmara Élio Maia, em cerca de 250 milhões de euros, na última Assembleia Municipal do passado dia 27 de Dezembro, quando se referia à situação financeira do município. Ora se as obras no “velhinho Mário Duarte” nem se vislumbram ao fundo do túnel…, ora se a “vergonha” do viaduto que deveria fazer a ligação de Esgueira a Mataduços lá continua…, ora se os buracos nas estradas são cada vez mais… alguém pode explicar aos aveirenses como é que a dívida municipal pode aumentar apenas num ano, em 100 milhões de euros?Ou será de crer que se continue a atribuir as culpas de tudo o que vai mal aos erros do passado? E se assim for, porque não são chamados os culpados a depor? Porque não se levantam as vozes contra o que deva ser julgado publicamente? É que pelo menos no anterior executivo, constatou-se a dívida, mas também a obra feita, agora um aumento brutal da dívida sem que os aveirenses identifiquem os seus gastos, só poderá por enquanto tal não seja esclarecido, determinar-se por má gestão ou esbanjamento.Os aveirenses que tanto orgulho demonstram pela sua cidade, não têm motivos para se orgulharem por quem a governa. Aveiro, belíssima por natureza, com tantas potencialidades para o turismo em todas as épocas do ano, vê desperdiçados os seus encantos. Na passagem de mais um ano, Aveiro foi uma cidade cada vez mais apagada, sem iluminação, nem festas na rua. O cais da Fonte Nova lá permaneceu vazio, sem vida, sem o fogo que outrora atraiu milhares de visitantes que prometiam multiplicar-se pelos anos vindouros.Na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, escura e fria a caminho da Nova Estação, infelizmente só as “permitidas lojas chinesas” animaram o ambiente, abertas dia e noite, nos locais que foram antes privilégio do comércio tradicional, mas agora sem regras, nem mesmo respeito pelo feriado de Natal ou de Ano Novo! De resto, tudo apagado e muitas lojas em saldos antecipados e outras tantas forradas a papéis velhos para trespasse.Aveiro continua linda, mas envergonhada, endividada e sem projectos para o futuro. Srs. Autarcas, façam favor de ser criativos enquanto é tempo, mãos à obra e demonstrem que por Aveiro vale a pena. Mas por favor, antes de continuarem, falem com verdade aos aveirenses e corrijam o que vai mal, como sabem Aveiro merece melhor!
Aveiro, 2 de Janeiro de 2007
Coordenadora Distrital de Aveiro da Nova Democracia
Publicado no Democracia Liberal

segunda-feira, janeiro 01, 2007

O SMS DO ANO

"Que a nossa amizade seja como a dívida da Camara de Aveiro: tenha um valor incalculável e aumente de dia para dia! Feliz Ano 2007."
Enviado por um amigo.