terça-feira, fevereiro 07, 2006

Condenados A Governar

Depois dos resultados das últimas eleições autárquicas e das posses dos novos executivos municipais acabou o tempo dos discursos e das desculpas e começou o tempo de cumprir as promessas.

Independentemente das ideias, das concordâncias e das discordâncias que todos possamos ter será bom para a democracia e para a satisfação das necessidades dos cidadãos que os autarcas eleitos governem bem. É que agora já não há mais desculpas. Vejamos alguns casos concretos.

Onde antes havia rivalidades pueris e conflitualidade prejudicial entre os autarcas de Ílhavo e de Aveiro, agora só pode haver concórdia e complementaridade. Esta, é essencial, como já nestas páginas escrevemos, para o desenvolvimento integrado e sustentado da vasta e rica área onde se integram e para a resolução de vários problemas que afectam as populações dos dois concelhos.

A competição partidária desvaneceu-se e deixou de existir qualquer razão para continuar a perder o tempo dos eleitos e o dinheiro dos contribuintes em querelas estéreis, que acabam por relevar mais das vaidades pessoais do que de problemas reais.

Outro assunto que é urgente e importante começar a resolver é o do conhecimento cabal da situação financeira da Câmara Municipal de Aveiro. Exige-se uma auditoria rápida e completa às respectivas contas, para que se saiba com exactidão e rigor qual o passivo, quanto gasta e quanto recebe a Câmara. Da mesma forma, é urgente conhecer a realidade das empresas municipais e da sua situação financeira e contas.

Percebeu-se durante a campanha eleitoral que a coligação vencedora não esperava verdadeiramente vencer as eleições e que por isso se encontra desprevenida e sem objectivos políticos claros para governar a Câmara e o concelho. Mas agora há que deitar mãos à obra. A vitória obtida não deixa margem para desculpas.

Não tardará as clientelas partidárias vencedoras vão começar o cerco ao independente Élio Maia. Saberá, quererá, conseguirá, poderá ele resistir? Da resposta a esta pergunta e da forma como forem resolvidos o problema financeiro e a concertação estratégica para o desenvolvimento, depende o futuro da solução política que hoje governa Aveiro.

(publicado na edição de 04.11.2005 do Diário de Aveiro)

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